O governador Jorginho Mello (PL) voltou a se pronunciar nesta terça-feira (18) sobre o PL 1904/24, que equipara o aborto ao crime de homicídio após as 22 semanas de gestação – inclusive em casos de estupro. Após uma fala moderada, durante uma rodada de entrevistas em são Paulo, na segunda-feira, desta vez o governador foi incisivo ao defender o projeto de lei.

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“Sobre aborto, sou contra. Durante toda a minha carreira defendi a vida. E é consenso, inclusive na saúde, que a partir da vigésima segunda semana de gestação temos uma vida, tirá-la é homicídio, é uma crueldade. E o estupro é um tema sensível, que precisa ser duramente combatido. Quem comete esse tipo de atrocidade, na minha opinião pessoal, deveria mofar na cadeia. A pena deve ser a maior possível. O que está se tentando fazer, a partir do PL 1904/24, é proteger essa criança, o resto pode ser rediscutido. Não se trata de condenar as mulheres, nem obrigá-las a criar o bebê, mas que gere a vida, e depois, se for o caso, entregue para adoção”, afirmou o governador Jorginho Mello em mensagem enviada à coluna.

“Remédio vira veneno quando a dose é grande”, diz Jorginho sobre PL do Aborto

O PL 1904/24 tem como autor o deputado federal Sóstenes Cavalcante, que integra o PL, partido do governador – e havia pressão política por uma fala mais contundente do governador.

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A adesão ao projeto, no entanto, é um movimento que a maioria dos políticos de direita tem evitado fazer. Ao longo dos últimos dias, a aprovação do regime de urgência para a proposta – o que faz com que ele deixe de tramitar nas comissões e suba diretamente para o plenário – causou severas críticas e mobilizou protestos em todo o país. Pesquisas nacionais indicaram que a pauta dividiu inclusive a base bolsonarista.

Governo Jorginho está “de mudança”

Na segunda-feira (17), o Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou um parecer que define como “inconstitucional, inconvencional e ilegal” o projeto de lei.