A vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Santa Catarina nesta quinta-feira (12), para participar da Efapi, em Chapecó, pode ser uma saia-justa para o governo Jorginho. Boa parte do Estado está em situação de emergência, e as previsões meteorológicas indicam que o quadro deve agravar com mais chuva nas próximas horas, especialmente no Vale do Itajaí.

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As enchentes monopolizaram a agenda do governador desde a semana passada, e deixaram as questões político-partidárias em segundo plano. Na terça-feira, por exemplo, Jorginho esteve em Brasília em reunião com o ministro da Integração Nacional, Waldez Góes. Nesta quarta, recebeu o ministro e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em SC.

Mas está mantida na agenda do governador a recepção a Bolsonaro no Oeste nesta quinta. Jorginho deve participar, ao lado do ex-presidente, da visita à Efapi e de um ato ecumênico contra o aborto.

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A situação do Estado, por óbvio, demanda a presença do governador e tomada rápida de decisões – e o governo será cobrado por isso. Só que Jorginho elegeu-se na nova onda bolsonarista, e o núcleo duro do bolsonarismo tem os próprios princípios e cobranças. Politicamente, abrir mão de acompanhar Bolsonaro pode ser um passo em falso.

A análise é válida, especialmente, quando o ex-presidente é o convidado de honra do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), com quem Jorginho mantém uma boa relação – mas é alguém com quem divide as graças de Bolsonaro e que pode vir a ser um adversário no futuro. Desta vez, Jorginho enfrentará uma “escolha de Sofia”.