Candidato a vereador em Balneário Camboriú, em sua estreia política, Jair Renan (PL), o filho zero-quatro de Jair Bolsonaro, pouco fala. Os registros são raros, e via de regra lamentáveis. Como quando ele afirmou a um podcast que o período de pandemia “foi top” porque foi a época que “mais pegou gente”.

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Nos últimos dias, no entanto, um vídeo com um discurso do zero-quatro viralizou. Jair Renan estava em um ato de campanha do candidato a prefeito de Itajaí pelo PL, Robison Coelho, com profissionais de segurança pública, quando soltou o verbo em uma fala carregada de ódio, com direito a palavra de baixo calão:

– Direitos humanos é o caralho. Vocês são policiais, estão aqui pra defender a gente. Defender a vida. Vocês estão com o fuzil na mão. Se o cara atira, você tem que atirar de volta sim. Você não tá com o fuzil pra fazer carinho.

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Ele prosseguiu dizendo que vai “estar à disposição de toda a tropa, para toda Santa Catarina” – embora concorra a vereador em Balneário Camboriú, cargo que, se eleito, sequer o gabarita a atuar pelo Estado.

Ao lado de Jair Renan está o policial militar da reserva Tadeu Andrade, condenado por tortura, e que chegou a ser preso pela própria PM por uma operação irregular para expulsar pessoas em situação de rua de Itajaí.

Aposta do PL como puxador de votos, o zero-quatro atropelou outras candidaturas viáveis do PL em Balneário Camboriú – inclusive financeiramente. Como candidato, em plena campanha eleitoral, deveria estar ocupado em discutir os problemas da cidade, onde mora há pouco mais de um ano.

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O eleitor de Balneário Camboriú não sabe, por exemplo, o que filho de Jair Bolsonaro pretende fazer em relação ao problema de balneabilidade da Praia Central, que afeta o turismo. Ou o que sugere para que a cidade resolva a falta de habitação no metro quadrado mais caro do país.

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Na última semana, o comício organizado em Balneário Camboriú para Jair Bolsonaro impulsionar a campanha do filho teve um momento revelador. O ex-presidente sinalizou com um “não” ao ouvir o apresentador chamar o filho zero-quatro para discursar. Para Bolsonaro, é melhor que o filho seja um candidato mudo. Para a democracia, é um desserviço.

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