As investigações da Operação Argamassa, deflagrada pela Delegacia de Combate à Corrupção da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Decor/Deic), apontam para um suposto esquema de combinação de preços para vencer licitações. A apuração listou 23 processos licitatórios, em seis cidades no Estado, em que o grupo teria agido dessa forma.
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— Basicamente (o esquema era de) combinação de licitações, empresas feitas para isso, ou usadas para isso, com várias pessoas da mesma família, para combinar os preços — diz o delegado Luis Felipe Fuentes, diretor da Deic.
As sete empresas investigadas pertencem ao mesmo grupo familiar e atuam na venda de artefatos de cimento para a construção civil. A polícia suspeita que a combinação de preços tenha servido para superfaturar as licitações, causando prejuízo aos cofres públicos.
As licitações sob suspeita ocorreram entre 2007 e 2018, nas cidades de Balneário Camboriú, Camboriú, Tijucas, Porto Belo, Bombinhas e Biguaçu.
Buscas na prefeitura
Dos seis mandados de prisão temporária expedidos na manhã desta segunda-feira, cinco foram cumpridos. Todos os detidos são empresários, que foram encaminhados à sede da Deic, em São José, onde permanecerão detidos – prisões temporárias têm prazo máximo de cinco dias. Os crimes investigados incluem associação criminosa e fraude à licitação.
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A polícia cumpriu 22 mandados de busca, em que foram apreendidos documentos, notas fiscais, contratos, recibos e telefones celulares. Algumas prefeituras também foram alvo de mandados de busca. Em Balneário Camboriú foram recolhidos materiais que se referem a processos licitatórios entre 2009 e 2015.
O próximo passo será a análise do material. O delegado explica que, em operações como essa, o trabalho maior vem após o cumprimento dos mandados de busca, para análise da documentação em busca de indícios de fraudes.
A polícia ainda investiga se houve participação de agentes públicos nos supostos esquemas.