Três pontos foram cruciais na decisão do juiz Eduardo Passold Reis de converter em preventiva a prisão de Gleidson Tiago da Cruz, o homem de 41 anos que foi filmado no momento em que assassinou a facadas Giovane Ferreira da Silva Oliveira, vendedor de paçoca, em frente a um supermercado de Blumenau em plena luz dia, na tarde de sexta-feira (3). No entendimento da Justiça eles afastam, pelo menos até o momento, a hipótese de legítima defesa, que circulou após o crime.
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Um deles vem das imagens das câmeras de segurança. Segundo o relatório da audiência de custódia, elas comprovam que ele correu atrás da vítima, com a faca na mão – e seguiu desferindo golpes mesmo após o vendedor ter caído no chão. Foram pelo menos 15 facadas.
Homem que assassinou vendedor de paçoca em Blumenau vai continuar preso, decide Justiça
O segundo ponto é que, embora a defesa negue, até agora os indícios apontam que a faca era de fato do agressor, e não da vítima. Isso está registrado no relatório da audiência de custódia, ao qual a coluna teve acesso, e foi destacado pelo magistrado.
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O terceiro fator é a motivação do crime, que seria uma discussão por causa de uma paçoca oferecida à filha do assassino. “Mesmo que não fosse esta a razão do delito, não há como se ignorar que o motivo é abjeto e torpe, além de manifestamente desproporcional ao contexto narrado”, afirma o magistrado, que pontua a “frieza do agressor e sua indiferença quanto ao valor da vida humana” para sublinhar a gravidade do caso.
Esse conjunto de fatores afasta, até esta altura das apurações, qualquer hipótese de legítima defesa, no entendimento do juiz. “Inviável dizer que o indiciado agiu em legítima defesa, ao menos neste momento embrionário das investigações, porque não há nenhum elemento concreto até o momento que pudesse corroborar tal versão”.
A audiência de custódia não avalia o mérito do caso, uma vez que as investigações seguem em andamento – mas é um procedimento inicial para averiguar a necessidade de prisão. Nesse caso, a Justiça atendeu o pedido do Ministério Público e converteu a prisão em preventiva, sem prazo de validade, por entender que representa risco se for solto.