Há uma característica marcante no governador Carlos Moisés, enquanto político. Trata-se de seu ostensivo silêncio, uma faceta que insiste em aparecer nos momentos em que o governo enfrenta os maiores impasses.

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Três dias depois do presidente da Alesc, deputado Julio Garcia, ter anunciado a aceitação do processo do impeachment contra o governador e a vice, Daniela Reinerh, o governo não se pronunciou oficialmente. E o governador fingiu ignorar o assunto nas redes sociais.

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O argumento do governo para manter o silêncio é legítimo – quer aguardar ser notificado oficialmente e ter acesso ao processo. Juridicamente, é correto e justo. Politicamente, é autossabotagem. Até porque a denúncia que embasou o processo, que responsabiliza o governador pelo reajuste dos procuradores estaduais, é velha conhecida na Agronômica.

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Dizer o que pensa é especialmente importante para Moisés, figura nova no jogo. O governador precisa lembrar que muitos catarinenses não o conheciam, e lhe deram nas urnas um cheque em branco. Querem saber o que diz o governador, em sua defesa, quando se vê acuado por um processo de impeachment.

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Sem uma ampla base de apoio, Moisés precisa falar em seu nome. Em silêncio, dá à oposição tamanho e fôlego no debate. Quando o governador enfim se manifestar, estará no mínimo atrasado nessa batalha de narrativas. Talvez seja tarde.

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