Se as previsões se confirmarem, o Tribunal de Julgamento do segundo processo de impeachment do governador Carlos Moisés (PSL), marcado para esta sexta-feira (26), fechará um ciclo de ruptura na política catarinense, que ajudou a empurrar o Estado para o colapso na saúde.
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Ocorre que o período entre agosto e outubro, que coincidiu com o agravamento da crise política em Santa Catarina, foi a ‘janela de oportunidade’ que o Estado teve para conter a pandemia. A informação é do colega Cristian Weiss, jornalista especializado em dados, pesquisador da Deutsche Welle e responsável pelo monitoramento do números do coronavírus no NSC Total. Reportagem asinada por ele mostra que, nessa época, Santa Catarina viveu a única queda consistente no número de casos confirmados de Covid-19.
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Era o cenário ideal para conter a segunda onda, com controle adequado e regramentos. Mas a política catarinense tinha outras preocupações.
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O fantasma do impeachment começou a rondar a Casa D`Agronômica no fim de julho, quando então presidente da Alesc, deputado Julio Garcia (PSD), abriu o primeiro processo contra Moisés e a vice, Daniela Reinehr (sem partido).
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Um mês depois do afastamento, período em que Daniela comandou o Estado, Santa Catarina registrou, pela primeira vez, 15 das 16 regiões em nível gravíssimo de risco. Um cenário que foi turbinado pelas eleições municipais e os feriados prolongados, com aglomeração e falta de fiscalização – o que se tornaria uma constante nos meses seguintes, depois que o governador foi reconduzido ao cargo.
O processo de impeachment que será julgado nesta sexta trata sobre a gestão da pandemia e, em especial, a compra fraudulenta de respiradores. Moisés tem grandes chances de sair ileso – no âmbito político, o afastamento é uma hipótese remota. No jurídico, as evidências até agora apontam para o mesmo caminho.
Se isso de fato ocorrer, Santa Catarina pode virar a página na política. Mas os efeitos da simbiose com a pandemia seguirão ativos.
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