Os resultados de Santa Catarina na última análise do Ideb, divulgados nesta semana, estão abaixo do esperado e muito aquém do que o Estado merece. A média dos estudantes que deixam o Ensino Fundamental é de 5,2 – um ponto abaixo da meta. No Ensino Médio, Santa Catarina fez 4,2. O esperado era atingir, pelo menos, 5,6.

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A melhor pontuação é a de estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Ainda assim, com nota 6,4 – 0,1 abaixo do esperado.

O desempenho não é muito diferente do restante do país, apesar da condição privilegiada de Santa Catarina em relação à maioria dos estados. Em 2023, o Estado era o 6º mais rico do país. Temos os melhores índices de empregabilidade e qualidade de vida. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é o terceiro melhor do país, e o Estado é considerado o menos desigual o Brasil, segundo o IBGE.

Esse conjunto de predicados aponta que o problema não está nas condições para o desenvolvimento da educação – mas, possivelmente, na forma como ela é gerida historicamente.

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Um dos exemplos é a falta de professores efetivos na rede estadual. O Plano Nacional de Educação orienta que as redes públicas tenham pelo menos 90% dos profissionais do magistério em cargos efetivos – mas, em SC sete em cada 10 são temporários. É um déficit que será reduzido com o concurso público da Educação, mas ainda não será solucionado.

O segredo das duas cidades de SC que estão na lista das melhores notas do Ideb no Brasil

Os melhores resultados do país em escolas públicas estão na região Nordeste, onde ficam as únicas escolas com nota 10 no Ideb – a maioria delas no Ceará, onde a gestão exitosa da Educação catapultou Camilo Santana para o posto de ministro.

O modelo cearense é relativamente simples: inclui escolas com autonomia financeira e administrativa – ou seja, com menos interferência política – concentração de alunos em escolas maiores, que têm mais recursos de aprendizagem, e um investimento pesado em formação e capacitação.

Recursos aplicados da forma correta e professores qualificados são respostas óbvias à problemática da Educação. Não é preciso militarizar a escola – desviando recursos que poderiam servir à melhoria do sistema educacional – ou inventar a roda para trazer eficiência.

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