O atropelamento de um banhista por um jet ski na terça-feira à noite, na Praia Central de Balneário Camboriú, levantou as discussões sobre a imprudência dos condutores de embarcações em Santa Catarina. Lanchas e jet skis em área proibida, reservada para banhistas, foi a principal ocorrência registrada pela Marinha no Litoral Norte durante a alta temporada _ de 21 de dezembro a 15 de janeiro.

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Na manhã desta quarta, o cinegrafista da NSC TV, Luiz Carlos Souza, flagrou o vaivém de jet skis muito próximo dos banhistas na Barra Sul, em local próximo ao do acidente. O que comprova que as irregularidades são comuns.

Pessoas que testemunharam a colisão relataram à Polícia Militar que a embarcação estava muito próxima da faixa de areia. As regras de navegação impõem um limite de 200 metros a partir da praia, para evitar colisões.

O condutor do jet ski fugiu, e ainda não foi localizado. A polícia e a Marinha pediram imagens de câmeras de segurança das marinas que ficam próximas ao local do acidente, que ocorreu na Barra Sul. A intenção é tentar identificar o condutor, e descobrir qual foi a rota de fuga. A embarcação era branca, e tinha duas pessoas a bordo. A PM chegou a receber informação de que um jet ski com essas características havia subido o Rio Camboriú em alta velocidade, mas a embarcação não foi localizada.

Vítima segue hospitalizada

A vítima do acidente é um homem de 48 anos, que segundo informações do Hospital Ruth Cardoso, para onde ele foi levado, é morador de Blumenau. Ele teve um corte profundo na cabeça e fraturou o ombro, mas seu estado de saúde é estável. O homem será transferido para o Hospital da Unimed, também em Balneário Camboriú.

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Flagrantes são comuns

Em 21 de janeiro, a coluna publicou imagens de flagrantes feitos por Rafael Casagrande, morador de Balneário Camboriú, que mostravam o desrespeito às regras de navegação por parte de condutores de lanchas e jet skis na Praia Central. Algumas fotos comprovam a circulação de jet skis em meio às ondas e aos banhistas.

O empresário Domingos Pinheiro, que trabalha com passeios de escuna em Balneário Camboeriú e preside o recém criado Conselho de Segurança no Mar (Conseg Mar), confirma o problema. Inclusive durante a chegada dos transatlânticos, que frequentam a orla de Balneário Camboriú.

_ São lanchas, jet skis, pranchas de stand up e barcos de pesca, invadindo a área do navio e do barco pirata (que faz o transporte dos passageiros até o atracadouro _ comenta.

O Conselho pretende requisitar a instalação de câmeras nas áreas de entrada e saída de embarcações, como o Rio Camboriú, por exemplo, para monitorar de perto as ocorrências. Segundo o empresário, o local onde ocorreu o acidente tinha cordas que delimitam a área de embarcações.

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Regras de navegação

A Marinha instaurou inquérito para apurar o caso, mas ainda não se manifestou oficialmente nesta quarta-feira sobre o andamento das investigações. Normas da Autoridade Marítima, que dispõem sobre o tráfego aquaviário, preveem que embarcações sem motor (a remo ou vela) podem trafegar a partir de 100 metros da praia.

Embarcações a motor (como os jet skis) têm limite de 200 metros, e as extremidades da praia, ou outra área determinada pelo município, podem ser usadas para entrar e sair da água ou para embarque e desembarque.