O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), estão entre os convidados de um evento que discute a participação das mulheres na política brasileira neste 8 de Março. Uma lista em que só entraram homens brancos. Entre os palestrantes, nenhuma mulher.

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Organizado pelo Grupo Voto, o evento não foi proposto pela presidência da República nem pelo Congresso, mas ilustra muito bem o atual momento da política nacional. É a cara de um governo conhecido pelo pouco apreço às causas femininas, representado por um presidente que dançou ao som de um funk com conteúdo misógino, disse que a própria filha era uma “fraquejada” e tornou xingamento a mulheres jornalistas um esporte nacional.

Falta muito para que as mulheres, que são mais da metade da população brasileira, estejam devidamente representadas na política nacional. Basta olhar para o Congresso Nacional, onde representam apenas 15% do total de parlamentares. Ou mesmo para o ministério de Bolsonaro, ocupado prioritariamente por figuras masculinas.

As medidas de inclusão esbarram no machismo estrutural dentro dos próprios partidos e empurram as mulheres para longe do centro do poder. Há muito o que se debater sobre maneiras de trazer as mulheres para a política, e muitas formas de fazer esse debate. Dar a palavra apenas aos homens não é uma delas.

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