A cada 100 eleitores em Santa Catarina, 51 são mulheres. Mais da metade, portanto. Apesar disso, a oito meses das eleições majoritárias de 2022 as mulheres estão praticamente ausentes das discussões para formação das chapas que concorrerão ao Governo do Estado. Com exceção de Angela Amin (PP), que já foi cotada como possível vice de Jorginho Mello (PL), nenhum outro nome feminino foi colocado à mesa.
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Estas serão as primeiras eleições majoritárias após o Estado ter dado posse, pela primeira vez, a uma governadora. Daniela Reinehr (PL), vice de Carlos Moisés (sem partido), assumiu o governo durante os dois afastamentos nos processos de impeachment. Apartada do governador, que tentará a reeleição, Daniela buscará uma vaga na Câmara dos Deputados.
A falta de protagonismo feminino não é isolada. Não há, por exemplo, nenhum negro entre os pré-candidatos em Santa Catarina – o estado que elegeu a primeira mulher negra para assumir um mandato popular (salve Antonieta!).
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O perfil das pré-candidaturas ao governo de SC – homens, brancos, heterossexuais, de meia idade para cima – não é diferente dos pré-candidatos à presidência da República. Simone Tebet (MDB) é a única mulher que despontou como possível cabeça de chapa na disputa nacional. Marina Silva (Rede) e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, foram citadas como possíveis candidatas a vice. E só.
Mulheres correspondem a mais de 52% da população brasileira, a maioria. São estudantes, trabalhadoras, donas de casa, mães, arrimo de família. É fundamental que estejam também representadas no centro do debate político, para que ele reflita essa diversidade.
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Ao longo dos últimos anos, mudanças na legislação buscam aumentar a participação da mulher na política brasileira. O caminho é longo e tortuoso, os avanços são lentos. De qualquer forma, a falta de representatividade nas nominatas é sinal de que ocupar os espaços concedidos não será suficiente.
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Dias atrás, um grupo de mulheres relevantes das mais diferentes atividades no Brasil – da ministra do STF, Carmen Lucia, à filósofa Djamila Ribeiro – publicou uma carta a presidenciáveis e candidatos ao Legislativo. Ali, elencaram uma série de políticas públicas fundamentais para que as mulheres tenham seus direitos garantidos e ampliados no Brasil, sem nenhum passo atrás. É uma maneira de salvaguardar interesses e prioridades num mundo dominado pelo poder masculino.
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Mulheres precisam ser ouvidas e consideradas quando se discute economia, educação, saúde, condições de trabalho, geração de emprego e renda. O protagonismo das mulheres na política fará bem ao Brasil.
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