A disputa pelo comando da Secretaria de Estado de Turismo ultrapassou os limites de Santa Catarina e chegou à família Bolsonaro. Interlocutores procuraram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Michelle Bolsonaro (PL) para pressionar o governador Jorginho Mello (PL) pela nomeação do ex-prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (PL).

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Fabrício se aproximou de Bolsonaro durante viagens recentes do ex-presidente a Balneário. Bolsonaro chegou a intermediar um pedido a Jorginho para que o prefeito tivesse prioridade na escolha do nome do candidato do PL nas eleições municipais, o que de fato ocorreu.

No lado oposto está a atual secretária, Catiane Seif, que é casada com o senador Jorge Seif (PL) – que foi secretário da Pesca de Bolsonaro e é próximo ao ex-presidente. Catiane, que era secretária adjunta, herdou o posto de titular após a saída de Evandro Neiva, no início de dezembro.

Apoiado pelo trade, Neiva teve uma gestão elogiada – mas a relação com Jorginho “azedou”. As sondagens para uma possível troca de comando no Turismo com a vinda de Fabrício Oliveira, que estava prestes a deixar a prefeitura, ganhavam força na imprensa, mas o secretário não conseguia uma agenda com o governador.

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A coluna apurou que Neiva passou 45 dias aguardando uma reunião com Jorginho antes de pedir exoneração no dia 5 de dezembro, por carta. O secretário retornou ao Litoral Norte e assumiu a Secretaria de Turismo de Balneário Camboriú na gestão de Juliana Pavan (PSD).

O fato é que, recriada por Jorginho, a Secretaria de Turismo passou a ser uma boa vitrine política – uma fonte de boas notícias para o governo e para o titular da pasta. Ao longo dos dois primeiros anos de governo, colecionou anúncios como novos voos internacionais no Estado, e a oficialização da temporada de inverno na Serra.

Para Fabrício Oliveira, é uma posição estratégica para manter a exposição pública até 2026, quando ele eve disputar as eleições. Conta a favor do ex-prefeito o fato de ter administrado por oito anos Balneário Camboriú, a cidade mais turística de Santa Catarna. No entanto, ele é rejeitado por uma ala do PL, que o culpa pelo fato do partido ter perdido as eleições em Balneário para o PSD. Essa rejeição – além da pressão de Seif – é o que pode manter Catiane no cargo.

A expectativa era que o governador anunciasse as mudanças de secretariado nesta semana, mas os ajustes foram adiados.

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