O Governo de Santa Catarina usou R$ 16,5 milhões da verba entregue pela Assembleia Legislativa (Alesc) para pagar a empresa Veigamed, que vendeu 200 respiradores ao Estado por R$ 33 milhões. A compra é cercada de suspeitas, alvo de um inquérito policial e de uma CPI na Alesc.

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As informações fazem parte da resposta enviada pelo chefe da Casa Civil, Amândio João da Silva Junior, a um requerimento da deputada Ana Caroline Campagnollo (PSL). A parlamentar questionou, em abril, qual o destino da verba disponibilizada pela Alesc.

A lista de gastos entregue pelo Estado tem 30 itens, dentre os quais o pagamento à Veigamed é o mais elevado. O montante gasto com os respiradores mais de 80% da verba de R$ 20 milhões, que foi repassada pela Assembleia Legislativa ao governo para o enfrentamento do novo coronavírus.

O documento que chegou à deputada foi encaminhado à CPI dos Respiradores. O relator, deputado Ivan Naatz, disse que a descoberta entristeceu os deputados, que estão trabalhando com redução de verbas durante o período de pandemia.

– Está um sentimento muito ruim no parlamento. O desejo que tínhamos era de ajudar SC, e não empresários, políticos, pessoas que fazem má versação do dinheiro público – comentou. 

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Até agora, a força-tarefa entre Polícia Civil, Ministério Público de Santa Catarina e Tribunal de Contas do Estado recuperou pouco mais de R$ 11 milhões, que foram pagos pela Veigamed a outra empresa, para compra de testes rápidos de covid-19. Também houve bloqueio de bens de investigados, para tentar garantir o ressarcimento aos cofres públicos.

A primeira remessa de 50 respiradores, que chegou em maio, foi retida pela Receita Federal por problemas de importação. A carga acabou doada ao Estado – o que significa que não foi oficialmente entregue pela empresa. O modelo comprado não é o ideal para o tratamento de pacientes com complicações decorrentes da covid-19.

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