Do ponto de vista político, não há salvação para o governo Moisés. O resultado da votação do segundo processo de impeachment, na terça-feira (20), mostra que os movimentos tardios do governador na tentativa de consertar os erros na relação com o parlamento não surtiram qualquer efeito.

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Oficialmente, tenta-se ainda manter o clima de que o resgate do governo é possível. Mas o recado dado pelos 36 votos a favor do impeachment na Alesc sinalizam o oposto e minam as expectativas.

A movimentação de currículos por parte dos comissionados, que começou no ‘andar de baixo’ do governo, já ocorre sob as barbas do governador, entre sua equipe mais próxima.

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Renato: Só um milagre salva Moisés e Daniela no Tribunal de Julgamento do impeachment

Existe, é claro, a possibilidade de que Moisés seja poupado, ou mesmo a vice-governadora Daniela Reinehr. Mas as chances são remotas.

O fato é que a inabilidade política do governo Moisés abriu espaço para que os deputados enxergassem a chance de um governo ‘gerido pela Alesc’, sem porteiras. E essa possibilidade é deveras atraente para o parlamento.

Para completar o cenário, a paralisação da Operação Alcatraz, com uma forcinha do Judiciário, teve o poder de ofuscar, ainda que temporariamente, a aura de suspeição que poderia envolver a transição. Isso faz com que, esta altura – como ressaltou o colega Renato Igor – só um milagre operado pela Justiça seja capaz de salvar Moisés do impeachment.

Enquanto as peças se encaixam, o ‘governo interino’ que pode assumir o comando de Santa Catarina está no forno. Se na superfície impera o silêncio, nos bastidores o burburinho é grande e o entendimento é de que uma mudança de governo abre inúmeras possibilidades na Alesc.

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Há parlamentares interessados em assumir secretarias, outros de olho numa futura movimentação de cadeiras no comando do Legislativo, mais à frente, e outros ainda que miram cargos no governo para abrir espaço para os suplentes, num jogo de ganha-ganha. Tudo, é claro, sob as bênçãos dos partidos.

O Tribunal de Julgamento, na sexta-feira (23), indicará qual será o futuro do governo de Santa Catarina. Se a história jogar o comando no colo da Alesc, tudo indica que o time estará escalado para entrar em campo – ainda que o aquecimento ocorra longe dos holofotes. 

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