De todos os dados estatísticos gerados pela pandemia, o que mais representa a consequência da explosão de casos no Estado é a fila de espera por um leito de UTI. Na terça-feira (2), eram 251 pessoas. A informação, no entanto, não é divulgada com transparência pelo Governo de Santa Catarina.
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Os dados oficiais, publicados na plataforma Transparência Coronavírus do Governo do Estado, mostram a disponibilidade flutuante de leitos. O mapa indica as vagas que aparecem no sistema quando há óbito ou alta da UTI e transferência do paciente para outra ala. No entanto, esses leitos não estão disponíveis, porque são imediatamente ocupados por pacientes da lista de espera.
Só nesta terça-feira (2), o Estado incluiu um recado junto do mapa de internações. Nele, explica que a sobra é de leitos ‘virtuais’ – ou seja, que não estão realmente livres.
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Esta semana, um indicativo da lista de espera apareceu de forma discreta nos releases do Governo do Estado. Em meio às informações sobre os leitos, diz apenas que o havia “251 pacientes inseridos pelas unidades hospitalares na regulação para transferências”.
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Na fila de espera por um leito de UTI estão pacientes graves, que dependem de cuidados especiais, e que precisaram ser internados em leitos provisórios porque não há vagas. Um levantamento feito pelo G1SC indicou que pelo menos 16 pessoas que estavam nessa condição já morreram no Estado.
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Divulgar com clareza essas informações aos catarinenses é fundamental para que o governo sensibilize para a necessidade de reduzir a circulação e, por consequência, a taxa de contaminação e a busca por leitos de hospitais.
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Ninguém gostaria de estar entre as mais de 200 pessoas que aguardam na angustiante fila de espera. Ao omitir esses dados, que são a face mais triste e perversa da transmissão desenfreada da Covid-19 no Estado, o governo dá argumentos para quem ainda nega a gravidade da situação – e faz um ‘favor’ ao vírus.
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