Os governadores bolsonaristas, que se comunicam com frequência, não chegaram a articular um movimento conjunto de reação à operação que respingou em Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto – mas é fato que todos seguiram o mesmo “pacto de silêncio”. Jorginho Mello, Tarcísio Gomes de Freitas, Claudio Castro, Romeu Zema e Ronaldo Caiado têm evitado comentários sobre a ação da Polícia Federal.
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Em Santa Catarina, a avaliação dos conselheiros do governo Jorginho é que, por enquanto, o silêncio do governador é o movimento mais prudente. Segundo fonte do PL ouvida pela coluna, a tendência é que os governadores se pronunciem em breve, quando baixar a fervura.
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A única fala de Jorginho sobre o caso ocorreu em Joinville, quando interpelado por um repórter num “quebra queixo” – momento em que os repórteres se aproximam em conjunto com os microfones. Questionado, Jorginho disse que a PF está “requentando” o assunto:
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“A PF tem mais coisa pra fazer do que ficar requentando. Tem muito ladrão que voltou para a política, e Bolsonaro é um homem decente. Estão procurando pelo em ovo”.
A fala não repercutiu externamente, mas está sendo distribuída nos grupos bolsonaristas nesta sexta-feira (9).
Como ofensiva sobre Bolsonaro e PL repercutiu em SC
Internamente, o sentimento no partido em SC é de “indignação”, mas a análise é de que a ofensiva sobre Bolsonaro “aumenta a vontade de vencer a próxima eleição” – indicando, como a coluna revelou na quinta-feira, que há uma expectativa de fortalecimento do bolsonarismo sob a narrativa de que o ex-presidente teria sido “injustiçado”.
Apesar de não ter feito manifestação pública sobre o caso, Jorginho está desde quinta-feira em contato constante com Brasília, para acompanhar de perto o andamento e as repercussões.
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As fontes do PL não admitem, mas há uma preocupação quanto a eventuais punições ao partido – o que poderia respingar no financiamento das eleições municipais. Embora haja um entendimento de que a operação mira em condutas individuais, é bom lembrar que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já penalizou o PL pelo questionamento à lisura do sistema eleitoral. O fato é apontado, nas investigações da Polícia Federal, como um dos passos no “roteiro do golpe”.