As mortes na fila de espera por um leito de UTI estão na mira do Ministério Público em Santa Catarina. O Estado já soma, nesta segunda-feira (1º), sete óbitos de pacientes que aguardavam abertura de vagas de terapia intensiva. De acordo com o último relatório da Secretaria de Estado da Saúde, no domingo (28) eram 222 pessoas na fila de espera.

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Os gestores públicos podem ser responsabilizados pelo MP na Justiça, caso fique provado que não agiram para conter o colapso na saúde.

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– Compreendemos a dificuldade da certeza das melhores decisões, 100% eficientes, em um momento de crise. Mas essas pessoas estão morrendo, e as causas, na perspectiva da falência da politica, têm que ser apuradas – diz o procurador-Geral de Justiça, Fernando Comin.

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O assunto deve vir à tona na reunião agendada para o fim da tarde, pelo governador Carlos Moisés (PSL), para discutir com os órgãos de controle a recomendação de um lockdown de 14 dias. A possibilidade de medidas mais restritivas vem causando reclamações e posicionamentos contrários do setor econômico. No sábado (27), o Governo de Santa Catarina divulgou resposta à recomendação, registrando que não acataria a sugestão dos órgãos de controle.

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O procurador alega que a recomendação foi respaldada em depoimentos de epidemiologistas da própria Secretaria de Estado da Saúde – e indicou que o Ministério Público, embora compreenda a pressão das organizações empresariais, entende que a defesa da saúde se sobrepõe neste momento, deve insistir na adoção de medidas mais restritivas para conter a pandemia.

– Temos que ter cuidado com a polarização, com a afirmação de que lockdown é estagnação da economia. No ano passado o desempenho do Estado foi de R$ 1,8 bilhão (de superávit). Em janeiro, a arrecadação foi de mais de R$ 3 bilhões. Não estou dizendo que a economia não vai sofrer, mas temos que ponderar o que é mais importante neste momento para o catarinense.

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