O Grupo de Atuação no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de São Miguel do Oeste concluiu o procedimento que investigava a suspeita de “saudação nazista” por manifestantes bolsonaristas durante o bloqueio da SC-163. O órgão, que integra o Ministério Público de Santa Catarina, entendeu que o gesto não foi “intencional”.
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O Gaeco ouviu testemunhas desde a manhã desta quarta-feira (3), e entendeu que os participantes não sabiam que o gesto de estender o braço direito poderia ser associado a uma saudação ligada ao nazismo.
“Segundo o apurado, o gesto realizado pelos manifestantes foi executado após serem conclamados pelo locutor do evento, empresário local, a estenderem a mão sobre o ombro da pessoa a sua frente ou, se não houvesse, para que estendessem o braço, a fim de emanar energias positivas”, informa o MPSC, que prossegue:
“Em diligências, não restou evidenciada nenhuma ligação do referido locutor com nazismo, bem como foram identificadas imagens que os manifestantes por diversos momentos realizaram orações, inclusive se ajoelhando em frente ao quartel do Exército, trazendo verossimilhança à narrativa que não se tratava de gesto nazista”.
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Diante da informação inicial do MPSC, de que o caso configuraria apologia e de que trabalhava para identificar os participantes do protesto, o caso repercutiu nacionalmente. A Confederação Israelita Brasileira foi uma das entidades que se manifestaram, pedindo a investigação urgente.
O relatório do Gaeco será encaminhado à 40ª Promotoria de Justiça da Capital, que responde por crimes de ódio, que poderá dar sequência às investigações.
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