A Receita Federal suspeita que os 24 fuzis AR-15 desmontados, localizados na semana passada na Portonave, em Navegantes, abasteceriam facções criminosas ou milícias. Para o delegado da Receita em Santa Catarina, Daltro José Cardozo, tudo indica que depois que deixassem o porto seriam enviados para São Paulo ou Rio de Janeiro.
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O porto de onde saiu a carga, nos Estados Unidos, não foi divulgado. Mas o destino final dos contêineres era a cidade catarinense.
Os fuzis são proibidos para uso civil no país, e esta é a primeira vez que um carregamento é localizado em um porto na região Sul. A estimativa é que as armas seriam vendidas por cerca de US$ 7 mil, algo em torno de R$ 20 mil no mercado ilegal.
Os fuzis AR-15 já foram encaminhadas à perícia pela Polícia Federal (PF). O delegado Oscar Biffi, chefe da Delegacia da PF em Itajaí, disse que, além das armas, carregadores, miras e munições, também há peças de outros tipos de armamento. A perícia indicará se há mais armas do que o levantamento inicial, e quais são.
A polícia investiga, agora, se houve participação do exportador e do importador da carga no tráfico de armas. As peças podem ter sido escondidas em meio às outras mercadorias de importação com ou sem consentimento dos donos.
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Migração
O modal preferido pelos traficantes de armas, no Brasil, são os aeroportos. Elas costumam entrar em pequena quantidade, na bagagem de passageiros que tentam burlar a fiscalização. Para a Receita, a localização do carregamento em SC pode indicar uma diversificação no modelo de transporte.
Sonegação
O que a investigação terá que responder é por que foi escolhida uma carga com problemas de documentação – e portanto mais chances de cair na fiscalização – para o tráfico de armas. Os contêineres, que na declaração constava que continham vasos, estavam na verdade carregados com smartphones, suplementos alimentares e acessórios de grife. Mercadorias de valor bem mais alto do que os vasos. Esse é um tipo de fraude comum, usado para sonegar impostos.
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