O mercado reagiu rápido à última aventura de Jair Bolsonaro, mostrando que pode até fazer vistas grossas a negacionismo e arroubos golpistas – mas furar o teto de gastos é ir longe demais. O fato é que, empenhado em garantir a reeleição, o presidente da República não está nem aí para a reação do setor econômico. O que lhe importa são dividendos eleitorais. E isso, acredita que conseguirá extrair do Auxílio Brasil.

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Vale aqui uma ressalva. O país tem hoje uma legião de pessoas vivendo na miséria, com fome – consequência de uma crise que o governo não teve competência para aplacar, e agravou. Diante do cenário, era necessário repensar o alcance e o valor dos benefícios sociais. A questão é como fazer isso. 

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Elaborado e anunciado às pressas, o Auxílio Brasil apareceu como um band-aid para abafar o relatório espinhoso da CPI da Covid. É um arremedo eleitoreiro do Bolsa Família – um programa que funcioncou porque tinha porta de entrada, saída e lastro.

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Não se trata apenas de extrapolar o teto de gastos, aprovado no governo Temer e prometido por Paulo Guedes – o tal teto, afinal, não resiste a um país com um enorme e crescente passivo social como o Brasil. Ocorre que Bolsonaro não está discutindo como subir na laje de forma segura, mas abrindo um rombo no telhado com apoio do Congresso – que pretende transformar a falta de limites em mais emendas em ano de eleição. Ao invés de enxugar despesas, a contabilidade criativa do governo vai empurrar com a barriga os custos do projeto reeleição e estender a crise.

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O primeiro sintoma é abstrato – impacto na Bolsa, aumento do dólar, aumento dos juros, além da debandada de uma parte da equipe econômica. Mas o resultado prático é bem palpável: o aumento da inflação, que já vem corroendo o poder de compra dos brasileiros. Ao fim e ao cabo, o custo de destelhar o teto e protelar a crise atingirá justamente os mais pobres. Vai comer pelas beiradas o benefício às famílias atendidas pelo Auxílio Brasil. 

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