Uma semana atrás, no dia 20 de outubro, a Alesc aprovou com uma votação arrasadora o segundo processo de impeachment contra o governador afastado Carlos Moisés (PSL), que tem como foco a compra dos respiradores. Nesta terça-feira, a escolha dos nomes que irão integrar o Tribunal de Julgamento do Impeachment mostrou que o clima não poderia ser mais diferente. Foi dada largada para a ‘operação salva Moisés’.
Continua depois da publicidade
> Upiara: Clima político da Alesc muda e passa a ser favorável a Moisés
> Deputados para tribunal de julgamento de 2º impeachment de Moisés são escolhidos na Alesc
Quem cunhou o termo foi o deputado Ivan Naatz (PL), que gravou um depoimento em vídeo no carro, na saída da Alesc, comentando a formação do Tribunal de Julgamento. Presidente da CPI dos Respiradores no Legislativo, Naatz quis fazer um aceno ao seu eleitor e explicar como uma comissão que aparenta ser favorável ao governador afastado teve praticamente a mesma votação que a aceitação do processo contra ele, uma semana antes. Coisas da política.
> PF conclui que Moisés não cometeu crime na compra dos respiradores
Continua depois da publicidade
Naatz, aliás, pediu antes do início da votação para não ser escolhido para o Tribunal de Julgamento, assim como o deputado Kennedy Nunes (PSD), que foi relator do primeiro impeachment. Esta é a versão oficial. Porque, nos bastidores, o presidente da CPI dos Respiradores, que atuou como opositor ao governo, bem que tentou uma vaga no grupo – mas sua ‘candidatura’ foi vetada de antemão.
Assim como foi vetada, também, a escolha de deputados do PSD, o partido do presidente da Alesc, Julio Garcia. A ideia era evitar um movimento de confronto em relação à governadora Daniela Reinehr (sem partido), que subiu ao posto graças à decisão do deputado Sargento Lima (PSL) de descumprir o ‘acordo de cavalheiros’ que reinava no Legislativo.
Como resultado, a ‘operação salva Moisés’ conta com um Tribunal de Julgamento que está longe do óbvio. Mas, para quem observa as entrelinhas, é bastante favorável ao governador afastado.
Dos cinco membros, pelo menos dois têm inclinação, de antemão, para ir contra o impeachment no caso dos respiradores. O terceiro membro é tido como ‘técnico’, com mais liberdade para transitar entre o sim e o não. E os dois últimos tenderiam a votar contra Moisés.
Continua depois da publicidade
A sorte, no entanto, parece ter voltado a sorrir para o governador afastado. A conclusão da Polícia Federal de que não há provas de irregularidades envolvendo Moisés na compra dos respiradores, caiu como uma luva para um governador que pretende resgatar o cargo. E é a motivação perfeita para algum deputado pró-impeachment interessado em mudar de ideia.
Participe do meu canal do Telegram e receba tudo o que sai aqui no blog. É só procurar por Dagmara Spautz – NSC Total ou acessar o link: https://t.me/dagmaraspautz