A Federação das Indústrias de SC (Fiesc) enviou um ofício ao presidente Lula (PT) alertando sobre a preocupação com a suspensão da dragagem do canal de acesso ao Complexo Portuário de Itajaí. Como a coluna divulgou no início da semana, a empresa holandesa Van Oord, responsável pelo serviço, comunicou à Superintendência do Porto de Itajaí (SPI) que não retomará os trabalhos até que sejam pagos os R$ 35 milhões devidos pelos serviços já prestados.

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No documento, o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, diz que “a falta de pagamento que levou à suspensão da dragagem de manutenção traz perplexidade, já que é condição básica e obrigatória para a gestão do complexo portuário”. 

A Federação lembra que a movimentação do complexo corresponde a cerca de 11% das cargas em contêineres do país. Além da Presidência da República, o ofício foi enviado ao Ministério de Portos e Aeroportos, à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), aos deputados e senadores de SANta Catarina, ao governador Jorginho Mello (PL) e à autoridade portuária. A Fiesc pede uma solução urgente e definitiva para a retomada da dragagem. 

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Como a coluna informou na última terça-feira (13), a Superintendência do Porto de Itajaí pretende propor um parcelamento do débito. A expectativa é que a situação seja regularizada com a retomada das escalas de navios de contêineres em Itajaí, prevista para o início de setembro, e com o reajuste tarifário de 38% na chamada “tabela 1” – que é paga por todos os navios que atracam nos portos, e serve para manutenção. O aumento foi autorizavado pela Antaq.

No ofício ao presidente Lula, a Fiesc também solicitou agilidade no processo de concessão do Porto de Itajaí, que ainda não tem data para ser lançado. A Federação diz que, apesar do contrato transitório “neste momento estar sob a condução de uma empresa consolidada” – referindo-se à JBS/Seara – a demora na concessão definitiva atrasa a previsão de investimentos no terminal.

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A Fiesc diz que a “situação da dragagem e a paralisação da movimentação de contêineres no Porto de Itajaí – que passou de 537,2 mil TEUs para zero em decorrência da rejeição da proposta – trouxe repercussões socioeconômicas negativas não só para as cidades do entorno, mas para toda a cadeia logística de carga marítima do país”.