Um ofício assinado pelo presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar Aguiar, enviado ao ministro dos Portos, Silvio Costa Filho, manifesta contrariedade e preocupação da entidade com a possível federalização da Autoridade Portuária do Porto de Itajaí. Na quinta-feira (5), o ministro admitiu em entrevista ao G1 Brasília a “possibilidade real” de nacionalização.
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No documento, ao qual a coluna teve acesso, a Fiesc diz que a centralização traz baixa contrapartida ao Estado, citando obras federais que sofrem com atrasos crônicos, e ressalta os bons resultados históricos da municipalização – mas cita a necessidade de uma administração “adequada”, com autonomia e o fortalecimento da agência reguladora, a Antaq.
“No contexto defendemos sim a administração municipal, condicionada, porém a uma gestão adequada. Desta forma é essencial fortalecer a agência reguladora para fiscalização, como também prover uma administração autônoma, com governança corporativa, gerida por técnicos responsáveis pelos resultados e desempenho, e certamente sem ingerência política. Também essencial estabelecer parâmetros de
desempenho operacional e a transparência irrestrita”.
Ministro admite “possibilidade real” de federalizar o Porto de Itajaí
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A Facisc também já havia se manifestado nesta semana, criticando a pauta do governo federal. O tema é bastante polêmico porque a federalização retira de Itajaí decisões importantes que envolvem a relação entre porto e cidade.
Veja o oficio da Fiesc na íntegra:
“Senhor Ministro,
A FIESC manifesta preocupação e o posicionamento contrário a federalização da Administração do Porto de Itajaí. O catarinense enfrenta desafios ao longo de décadas pela centralização do Governo federal, quando contribuímos muito e recebemos pouco em contrapartida, e quando, por exemplo, temos obras essenciais de transportes com décadas de atraso para conclusão afetando diretamente nossa
competitividade, a geração de empregos, renda e tributos.
Santa Catarina é referência nacional pela destacada eficiência na movimentação de cargas de valor agregado, o que comprova que o Estado possui todas as condições para fazer a gestão deste importante equipamento estratégico para a competividade e a inserção internacional da nossa indústria.
Cabe destacar o fato de que a cidade é onde se vive e se trabalha, e a população de Itajaí convive com o porto ao longo de muitos anos, e conhece como ninguém as demandas, desafios e a importância deste equipamento, e certamente tem plena capacidade de administrá-lo.
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A proposta também ignora o fato de que várias administrações do porto de Itajaí, ao longo do tempo, o classificaram como referência em termos de gestão. Não obstante as dificuldades e erros ocorridos nos últimos dois anos, alcançando quase a estagnação e paralização das operações, e prejuízos milionários no
comprometimento da cadeia logística portuária, o foco aqui deve ser a gestão apropriada.
No contexto defendemos sim a administração municipal, condicionada, porém a uma gestão adequada. Desta forma é essencial fortalecer a agência reguladora para fiscalização, como também prover uma administração autônoma, com governança corporativa, gerida por técnicos responsáveis pelos resultados e desempenho, e certamente sem ingerência política. Também essencial estabelecer parâmetros de
desempenho operacional e a transparência irrestrita”.