A Festa do Peixe, que levou 30 mil pessoas à Vila da Regata, no sábado, é possivelmente a que melhor traduz a alma de Itajaí. A pesca, um dos pilares econômicos do maior polo pesqueiro do Brasil, o sotaque tão próprio do peixeiro, o gosto por tudo o que vem do mar. A prefeitura chegou a fechar o portão em determinados momentos, tão grande era a movimentação de pessoas.

Continua depois da publicidade

Os milhares de visitantes enfrentaram as baixas temperaturas. Convenhamos – 10 toneladas de pescado, preparado na hora, é algo que não se vê todos os dias.

Anualmente, as indústrias pesqueiras, capitaneadas pelo Sindipi, o Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca, doam parte de sua produção para que seja servida de graça ao público. Até o ano passado a festa era exclusiva da tainha, mas desta vez ganhou a merecida companhia de outras “estrelas” locais, como a sardinha e a anchova.

Não é comum que o setor produtivo distribua assim seu produto. E estamos falando de uma economia regida pela força dos ventos e o balanço das ondas. Uma atividade tão instável quanto perigosa.

Continua depois da publicidade

O vaivém das embarcações, o movimento nos portos pesqueiros, é motivo de orgulho para o itajaiense, habituado à economia do mar desde sempre. Isso explica por que a menção do secretário de Estado da Fazenda a um incentivo para levar empresas pesqueiras para Laguna, em junho, causou tanto alvoroço. Não se trata apenas de um meio, mas de um modo de vida. Itajaí é da pesca. E a pesca é de Itajaí.