A Bloomberg, agência de notícias do mercado financeiro com sede em Nova York, que acompanha o cenário econômico global, publicou nesta semana uma reportagem sobre o “fenômeno” Balneário Camboriú. O texto, disponível em inglês, espanhol e português, retrata a cidade como um ponto fora da curva no Brasil, seguro e próspero – mas onde a pujança do mercado imobiliário trouxe novos e intrigantes desafios.

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“A cidade litorânea catarinense de 150 mil habitantes se transformou, ao longo dos últimos 50 anos, de uma pequena vila de pescadores em uma experiência sobre o que pode acontecer quando empreendedores privados recebem carta branca”, cita a reportagem de Daniel Cancel – que destaca, por exemplo, a legislação permissiva que autoriza a construção de edifícios cada vez mais altos, onde o céu é o limite.

A valorização dos imóveis, que registrou 30% de aumento do preço do metro quadrado após o alargamento da faixa de areia, e a vocação superlativa, que fez a cidade diminuta figurar nos rankings internacionais com sete dos 10 maiores prédios residenciais do Brasil, estão retratadas no texto – assim como o fato de que a cidade ganhou a preferência de astros do futebol, como Neymar, industriais e empresários ricos do agronegócio.

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Mas a reportagem também mostra como habitação e mobilidade se tornaram um problema para que Balneário Camboriú seja uma cidade “funcional”:

“O resultado é uma cidade que se tornou o destino de férias favorito de muitos, atraídos por vistas panorâmicas, ruas seguras e relativa prosperidade em um país que enfrenta problemas de criminalidade e pobreza”.

“Mas a falta de preparo para o crescimento desenfreado levou à contaminação da água do mar, saturação da infraestrutura e uma classe média que já não dá conta dos preços dos imóveis”, relata o texto.

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Entre os investidores de Balneário Camboriú e região citados pela Bloomberg estão Luciano Hang, que tem um estoque respeitável de terrenos na cidade onde eles são uma (caríssima) raridade, Carlos Trossini, empreendedor do condomínio Bravíssima, na Praia Brava de Itajaí – vizinha que surfa na valorização de Balneário – e Jean Graciola, da FG Empreendimentos, empresa que assina a maioria dos arranha-céus na cidade.

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A divulgação de Balneário Camboriú em uma publicação conceituada pelo mercado financeiro tem dividido opiniões nos grupões de WhatsApp. Entre os críticos do modelo pouco ortodoxo de ocupação da cidade, é um retrato dos problemas que vêm a reboque da supervalorização. Para os investidores, é mais uma chance de mostrar Balneário para o mundo – e, quem sabe, abrir novos mercados.

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