Em 20 dias à frente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), o prefeito de Araquari, Clenilton Pereira, é o pivô de uma crise interna que abalou a entidade municipalista. Desde o início da semana, pelo menos seis prefeitos renunciaram a cargos de diretoria depois que o novo presidente implantou o que chamou de um ‘choque de gestão’. Diante do racha, um movimento interno pede novas eleições.
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Parte dos dissidentes defende que, se mais prefeitos abandonarem a Fecam, o atual presidente não terá legitimidade para tocar os trabalhos. Já Clenilton acredita que houve reação exagerada por parte dos colegas, e que o assunto será resolvido com a substituição dos membros da diretoria que renunciaram ao posto.
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O abalo ocorreu depois que a Fecam demitiu, na semana passada, seis funcionários da área técnica que atuavam em setores como projetos, comunicação, articulação institucional e recursos humanos – alguns deles, com mais de uma década de serviço na entidade.
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Mensagens que circulam nas redes sociais acusam o grupo de Clenilton de ter demitido funcionários da Fecam para acomodar indicações políticas, e de criar pelo menos um novo cargo, de assessor especial da presidência, sem respaldo dos demais membros da entidade. O prefeito alega que só precisaria de autorização para troca de membros do conselho executivo.
Em uma mensagem em vídeo, publicada no site da Fecam, o presidente disse que as mudanças implementadas foram aceitas e apoiadas pelos demais membros da diretoria. Afirmou, ainda, que fez mudanças porque havia “muita coisa errada” e “muitas coisas não funcionavam” na entidade.
Em resposta, prefeitos membros da diretoria enviaram cartas de renúncia. A coluna teve acesso a seis delas, encaminhadas à Fecam por Joares Ponticelli, prefeito de Tubarão; Kiko Canalle, prefeito de Seara; Mario Hildebrandt, prefeito de Blumenau; Giovani Nunes, prefeito de São Joaquim; Rudi Sander, prefeito de São Carlos; e Milena Lopes, prefeita de Vargem.
Milena, que ocupava o cargo de vice-presidente da Fecam, disse que o grupo discorda da condução dos trabalhos por parte de Clenilton.
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– (Saí) pela forma como foram conduzidas as decisões, sem conhecimento e consentimento do Conselho Executivo. Se não participamos das discussões, não podemos e nem devemos responder por atos tomados individualmente.
O tom é o mesmo adotado nas cartas de renúncia.
À coluna, o prefeito Clenilton repetiu o que afirmou no vídeo publicado pela Fecam,
– Havia muita coisa errada, muita gente sem trabalhar, em home office, sobrando, não funcionava. O que eles estão chamando de desmonte eram 25 pessoas que tinha (empregadas) e cinco saíram.
O presidente da Fecam disse ainda que a mudança implementada por ele vai gerar redução de custos aos municípios, embora não tenha explicado de onde virá a economia.
– Estou achando estranho é as pessoas ficarem tão chateadas porque eu demiti cinco pessoas que não trabalhavam. Achei um pouco de exagero desses prefeitos.
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O racha interno é a segunda crise na Fecam em menos de um ano. Em agosto do ano passado, o então presidente da entidade, Orildo Severgnini, precisou renunciar às pressas depois que foi detido em uma operação do Gaeco na cidade de Monte Castelo.
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