Uma das principais quetões em aberto, quando se pensava nas eleições municipais de 2024, era o quanto o fator Bolsonaro poderia interferir no resultado eleitoral nos municípios brasileiros e em especial em Santa Catarina, um dos estados com maior adesão ao bolsonarismo. Diferente de 2020, quando estava sem partido, desta vez Bolsonaro fez campanha e os candidatos fizeram fila para levar à urna o 22 do ex-presidente.

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A influência, no entanto, se mostrou menor do que o previsto – provando que o eleitor continua votando nas eleições municipais de forma mais pragmática do que ideológica, pensando em questões que conversam com o dia a dia: quem tem melhores condições de resolver a falta de vaga nas creches, a mobilidade urbana, as filas dos postos de saúde.

Prova disso é que alguns candidatos que receberam uma forcinha de Bolsonaro na passagem por Santa Catarina ficaram pelo caminho. É o caso de Peeter Grando (PL), em Balneário Camboriú, Rogério da Equilíbrios (PL), em Navegantes, e Ricardo Guidi (PL), em Criciúma.

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Mas outro fator fez o PL sair destas eleições como o partido mais robusto de Santa Catarina: a estratégia do governador Jorginho Mello, que filiou nomes bem cotados e conhecidos do eleitorado em um grande número de cidades – inclusive atropelando aliados, como o MDB – que saiu desta eleição “mordido” com o governador.

Jorginho tinha à disposição o maior Fundo Partidário e um bom tempo de propaganda eleitoral, e fez bom uso disso. O número final não alcançou as 100 prefeituras sonhadas pelo PL, mas chegou perto. O governador sai desta eleiçao com crédito com Valdemar Costa Neto – SC tem praticamente um quinto das prefeituras conquistadas pelo partido no Brasil em primeiro turno.

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A prevalência do voto pragmático, não entanto, não significa que Bolsonaro tenha perdido força em SC. O ex-presidente continua em alta, e a tendência é que tenha grande influência nas próximas eleições gerais, em 2026, quando estarão em jogo a presidência da República, o Governo do Estado, a Alesc e a bancada federal de deputados e senadores.

Há, no entanto, uma grande interrogação sobre como o bolsonarismo vai se ajustar até 2026. O fenômeno Pablo Marçal pode mexer com as estruturas e trazer um fato novo à direita, inclusive em SC.

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