A possibilidade de passar despercebido, levando uma vida de luxo e ostentação, tem feito de Balneário Camboriú o destino preferido dos chefões do tráfico de drogas no Brasil. Dois dos maiores operadores do tráfico internacional, segundo a polícia, foram presos na cidade do ano passado para cá – Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, detido em fevereiro de 2019, e Pavãozinho, filho do traficante Jarvis Pavão, preso em 27 de agosto.
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Em uma reportagem sobre os ”barões do tráfico”, o programa Fantástico, da Rede Gobo, mostrou neste domingo (21) as investidas da Polícia Federal (PF) contra o patrimônio dos grandes traficantes, que movimentam quantidades milionárias de dinheiro e mantêm uma vida luxuosa – e sobre a predileção desses criminosos por Balneário Camboriú.
O Fantástico revelou imagens de uma festa de aniversário da mulher de Minotauro, considerado pela PF o líder do PCC na região de Ponta Porã e condenado, na última semana, a 40 anos de prisão, a bordo de um iate na orla de Balneário Camboriú.
Outras cenas eram do apartamento de alto padrão, no Pontal Norte, onde foi preso Pavãozinho, no mês passado.
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Para a Justiça brasileira, o traficante Jarvis Pavão, pai de Pavãozinhao, atuava como representante de uma facção criminosa paulista no Paraguai.
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Em 2018, a Polícia Federal já havia prendido em Balneário Camboriú um homem apontado como o líder do Comando Vermelho em Goiás.
Os três carros que estavam com ele foram avaliados em R$ 1,3 milhão – dois deles, um Porsche Cayenne e um Mercedes Benz modelo E63, foram cedidos à Polícia Militar de Santa Catarina pela Justiça, e são usados como ‘embaixadores’ da PM.
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Valorização e anonimato
Os carrões costumam aparecer com frequência na lista de bens sequestrados pela Justiça ou apreendidos pela PF em Balneário Camboriú, em ações de repressão ao tráfico. Até mesmo uma Lamborghini Gallardo, avaliada em mais de R$ 1 milhão.
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Além de veículos, iates e apartamentos de luxo aparecem entre os bens mirados pela polícia.
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No ano passado, após a prisão de Minotauro, o delegado Thiago Giavarotti, em entrevista à coluna, apontou diferentes motivos para a atração que Balneário Camboriú exerce sobre os barões do tráfico.
O primeiro deles é a expectativa de valorização dos imóveis – ou seja, os criminosos apostam no que acreditam ser um bom negócio.
O segundo passa pela lavagem de dinheiro, ‘esquentar’ os ganhos obtidos com o trádico de drogas. É comum que os apartamentos, que valem milhões, estejam em nome de ‘laranjas’.
O terceiro ponto de atração de Balneário Camboriú para os barões do tráfico é a expectativa de anonimato – em uma região onde é comum o fluxo de turistas ostentando uma vida de altíssimo padrão, com direito a iates e carros de luxo, eles acreditam que conseguirão passar despercebidos. Até serem encontrados pela polícia.
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