A morte do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, assassinado em frente à família e aos amigos em sua festa de aniversário de 50 anos, é o ápice de uma escalada de violência que ganhou força ao longo das últimas semanas. Primeiro foram o drone e a bomba com excrementos, depois o ataque ao carro do juiz que decretou a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Os especialistas já vinham alertando para o risco de que, mais cedo ou mais tarde, as ações tivessem um resultado fatal.

Continua depois da publicidade

Receba notícias do DC via Telegram

Não estamos em situação de normalidade. Caso contrário, não teríamos os principais candidatos viajando o país usando coletes a prova de balas, a menos de três meses das eleições. Tanto o presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi vítima de um atentado na campanha de 2018, quanto o ex-presidente Lula (PT) – que resistia, mas foi convencido da necessidade de aumentar a própria segurança – utilizam o equipamento. Isso não é esperado em um país que está em paz.

A dissidência política e o convívio com opiniões divergentes estão entre os valores indissociáveis da democracia. O oposto disso é a negação do direito à diferença – a desumanização do adversário. É essa desumanização, esse desprezo à vida, o que explica como um pai de família mata outro por razões políticas.

PSB tem aval nacional para desembarcar de parceria com o PT em SC

Continua depois da publicidade

É necessária ação institucional exemplar para que o caso de Foz do Iguaçu não seja o estopim de novas tragédias. Os partidos que integram a campanha do ex-presidente Lula estão propondo um gesto de paz entre os candidatos. Seria uma sinalização importante para amenizar o clima belicoso que paira no ar.

Provisória, redução de ICMS dos combustíveis chega à Alesc para virar lei

Para o presidente, a hora é de condenar veementemente a violência. O discurso de “metralhar a petezada” e a pregação messiânica de luta do “bem contra o mal” autorizam a ação dos fanáticos e podem levar ao descontrole. E a campanha ainda nem começou.

O fanatismo, estimulado e armado, ameaça a democracia e faz de qualquer cidadão uma vítima em potencial, direta ou indiretamente. É o mesmo que viver na barbárie.

Receba minhas publicações no NSC Total pelo Whatsapp – https://bit.ly/3PFMHCS

Participe do meu canal do Telegram e receba tudo o que sai aqui no blog. É só procurar por Dagmara Spautz – NSC Total ou acessar o link: https://t.me/dagmaraspautz

Continua depois da publicidade