Há uma relação umbilical entre o Oeste do Estado e o Complexo Portuário do Itajaí-Açu. É pelos portos de Itajaí e Navegantes que a produção das cidades do Oeste, destinada à exportação, ganha o mundo. No ano passado, por exemplo, foram exportados pelos terminais o equivalente a mais de US$ 2 bilhões em carne de frango. Uma movimentação que gera riquezas em cadeia em Santa Catarina.
Continua depois da publicidade
A governadora em exercício, Daniela Reinehr, parece ter esquecido dessa relação durante a viagem a Brasília, na última quinta-feira (17), quando levou ao Ministério da Infraestrutura um relatório mostrando o estado das estradas do oeste catarinense, e pediu socorro.
Não há dúvidas de que a pauta é importante e urgente. Mas a agenda também poderia ter incluído a questão portuária, que é vital para a economia de Santa Catarina.
Enquanto a governadora se reunia com técnicos do Ministério, em Itajaí e Navegantes os olhos estavam voltados para o primeiro teste da nova bacia de evolução – área de manobras dos navios, que garantirá ao segundo maior Complexo Portuário do país, em movimentação de contêineres, condições de competir e girar a “roda da fortuna” da economia catarinense. A obra demandará uma segunda etapa, com previsão de recursos federais que ainda estão incertos.
Continua depois da publicidade
A bacia de evolução testada esta semana abrirá espaço para navios de até 336 metros. Ajuda (muito) de imediato, mas não é o suficiente. É preciso dar sequência ao projeto e garantir que o governo federal aporte recursos na etapa que abrirá a área de manobras para navios com 366 metros de comprimento ou mais. É uma questão de sobrevivência.
Empenhada em garantir o escoamento da produção do Oeste, a governadora poderia ter lembrado também de interceder pela infraestrutura que é necessária às exportações. O apoio do Governo do Estado será fundamental dispendiosa sequência da obra, avaliada em R$ 200 milhões.