O anúncio de que a empresa NR Sports, que cuida dos patrocínios de Neymar, entrou no mercado imobiliário com uma construtora parceria em Itapema, com um projeto de altíssimo padrão, evidencia um fenômeno que vem se replicando no Litoral de Santa Catarina: a expansão do mercado de luxo, que vem tomando conta das cidades vizinhas a Blneário Camboriú conforme tornam-se mais escassos – e caros – os terrenos na Dubai Brasileira.

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O fenômeno não é recente, mas vem cresceu vertiginosamente nos últimos anos e atinge municípios como Itajaí, especialmente na Praia Brava, e Camboriú, a mais nova integrante do “clube do milhão” imobiliário. Mas Itapema é o maior sintoma: na esteira da vizinha Balneario, que alcançou ainda em 2021 o metro quadrado mais caro do Brasil – e contina liderando o ranking, segundo o índice FipeZap – Itapema chegou ao segundo lugar no país, com um índice de valorização fora da curva.

Em novembro, de acordo com o ranking, a cidade alcançou surpreendentes 19% de valorização em 12 meses, o melhor índice do país. O metro quadrado médio custa R$ 12.045.

Colada em Itapema, Porto Belo segue pelo mesmo caminho. A cidade, uma das mais antigas de Santa Catarina, com a economia focada na pesca e no turismo de verão, passou rapidamente a conviver com o bate-estacas cada vez mais presente da construção civil: são 200 construtoras atuando no município.

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Com grandes espaços à disposição, que durante décadas eram usados como pasto, Porto Belo atraiu alguns dos maiores empreendimentos em execução em SC. Recentemente foi inaugurada a fase inicial do Viva Park Porto Belo, o primeiro bairro-parque do Brasil, que tem capacidade para dobrar a população da cidade em um período de até cinco anos.

O principal foco da construção civil na regão são os imóveis de luxo, voltados especialmente aos investidores, que se tornaram uma “mina de ouro”. A instabilidade econômica no período mais crítico da pandemia fez despontar pra o mercado o modelo de Balneário Camboriú, a “meca” dos arranha-céus com apartamentos que custam muitos milhões, e entregam uma valorização de dois dígitos, bem acima da inflação.

O grande impasse para as cidades é conciliar um modelo lucrativo de expansão imobiliária com a oferta de infraestrutura e, especialmente, a escalada acelerada de preços, que torna  aquisição de um imóvel cada vez mais difícil para quem vive ali. Este é um dos principais pontos de atenção nas discussões de Plano Diretor das cidades, que estão em andamento. Balneário Camboriú, por exemplo, tem reunião nesta segunda-feira para definir o microzoneamento, um debate importante para definir para onde, e como, a cidade deve crescer.

Veja quais são os maiores arranha-céus de Balneário:

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