A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) e demais entidades que integram o Comitê das Águas pediram ao Governo do Estado e à Defesa Civil que faça um “monitoramento rigoroso” das operações das barragens, diante das chuvas que atingem o Estado.

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O ofício, encaminhado nesta quinta-feira (10), pede que o governo “reavalie a estratégia atual de operação das barragens”. “É fundamental que as decisões sejam fundamentadas em dados técnicos robustos e na experiência vivida pela população”, afirma o texto.

O grupo de trabalho foi criado em março deste ano, inicialmente com o objetivo de acompanhar e debater políticas para a prevenção e mitigação de danos relacionados a enchentes, comuns no estado, e amplificados com a mudança climática.

Na última terça-feira, diante da previsão de chuvas intensas, o governo anunciou o fechamento preventivo das barragens de Taió e Ituporanga, no Vale do Itajaí, que têm acionamento remoto. A decisão causou preocupação, especialmente entre moradores de Taió, que passaram a fazer uma campanha pela reavaliação da decisão, afirmando que a medida pode causar impactos pontuais nas localidades mais próximas às estruturas.

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Em outubro do ano passado, a região enfrentou enchentes de grande proporção. O município de Taió registrou a maior cheia de sua história.

A coluna procurou a Defesa Civil estadual, que se manifestou em nota: “A operação segue o manual e leva em consideração o tempo bom a partir de sábado. Na verdade, a operação antecipada contribuiu para reduzir o nível do rio antes da ocorrência das chuvas. O que tinha previsão para uma possibilidade de 8 a 9 metros de Rio (em Rio do Sul) deve ser bem amenizado por essa manobra. A partir do momento que a condição de chuva amenizar (a partir de amanhã a noite) a operação de abertura comece”.

Veja o ofício do Comitê das Águas:

“Ainda impactados pela última enchente, que deixou cicatrizes visíveis na população, estamos diante de previsões de chuvas intensas até sexta-feira, 11 de outubro, com risco elevado de inundações, enxurradas e deslizamentos.

A Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina, em conjunto com a Epagri/Ciram, já emitiu um alerta sobre a possibilidade de chuvas intensas, prevendo precipitações acumuladas entre 100 e 200 mm em diversas áreas, especialmente na Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e Litoral Norte. A combinação de um sistema de baixa pressão com a circulação marítima resultará em chuva persistente e volumosa. As regiões do Alto Vale do Itajaí e Grande Florianópolis devem estar em alerta máximo para possíveis enxurradas rápidas e inundações graduais.

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Diante desse cenário crítico, é imperativo que o governo estadual reforce as medidas preventivas e implemente um monitoramento rigoroso das operações das barragens. Ressaltamos que a manutenção adequada e uma gestão cuidadosa dos recursos hídricos são fundamentais para evitar o agravamento da situação. Assim sendo, solicitamos respeitosamente que o governo reavalie a estratégia atual de operação das barragens. É fundamental que as decisões sejam fundamentadas em dados técnicos robustos e na experiência vivida pela população.

Estamos à disposição para colaborar com o governo na busca por soluções que assegurem a segurança hídrica e o bem-estar da população catarinense”.