A Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou, em parceria com o Ministério da Justiça, uma operação nacional de combate ao racismo e ao discurso de ódio, que cumpre ao todo 16 mandados de busca e apreensão em 10 estados no país. O ponto de partida da investigação foi uma série de mensagens racistas enviadas a um servidor público de Blumenau e sua enteada, negros, que em outubro do ano passado publicaram uma foto nas redes sociais com trajes típicos usados na Oktoberfest.
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Os ataques pelas redes sociais motivaram a investigação, coordenada pela Delegacia de Repressão ao Racismo e Delitos de Intolerância, que faz parte da Diretoria Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil. (DEIC). Ao longo dos últimos 12 meses os investigadores levantaram indícios da atuação de grupos de ódio na internet, inclusive com o envolvimento de adolescentes. Entre os alvos da operação há suspeitos de integrarem células neonazistas.
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A Polícia Civil de Santa Catarina compartilhou as investigações com o Ministério da Justiça e a Secretaria Nacional de Segurança Pública, que auxiliaram na organização da operação. A deflagração ocorreu a partir de Brasília. As informações são mantidas em sigilo, mas a coluna apurou que o delegado geral, Ulisses Gabriel, acompanha o andamento da operação a partir do Distrito Federal.
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Dos 16 mandados de busca e apreensão emitidos pela Justiça a pedido da DEIC, dois foram cumpridos em Santa Catarina, em Florianópolis e Joinville. Os outros 14 foram emitidos para os estados do Mato Grosso, São Paulo, Pará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Ceará, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal (veja abaixo quais são as cidades), o que mostra a pulverização dos crimes de intolerância pela internet.
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O foco dos mandados são materiais eletrônicos, como computadores e celulares, que ajudarão a polícia a comprovar a abrangência e o nível de organização das redes de ódio.
Santa Catarina tem se tornado referência no combate aos crimes de ódio e intolerância no Brasil. O Estado foi um dos primeiros no país a instituir uma delegacia especializada para investigar esse tipo de crime, e as apurações têm resultado em prisões de repercussão nacional, com identificação de criminosos dentro e fora do Estado, e também de estrangeiros.
O Ministério Público de Santa Catarina também possui uma promotoria específica para crimes raciais e de intolerância, concentrada na Capital. É uma das únicas no Brasil com essa atuação.
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Onde são cumpridos os mandados:
Santa Catarina: Joinville, Florianópolis
Paraná: Santa Cruz de Monte Castelo, São José dos Pinhais
Rio Grande do Sul: Rio Pardo, Porto Alegre
Minas Gerais: Belo Horizonte
Ceará: Caucaia
Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, Miguel Pereira
São Paulo: São Paulo, Itapecirica da Serra
Pará: Altamira
Distrito Federal: Brasília, Planaltina
Mato Grosso: Primavera do Leste
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