A Praia de Taquarinhas, última praia deserta de Balneário Camboriú, teve todos os terrenos da orla arrematados em leilão pela empresa Biopark Gestão Sustentável, do empresário catarinense Marcos Gracher. Ele falou com exclusivade à coluna sobre os projetos para a área, que incluem um parque de observação e interação com aves.
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Segundo Gracher, a inspiração é o Parque das Aves, em Foz do Iguaçu (PR), que é focado em conservação de aves da Mata Atlântica.
– Além do Parque das Aves, a ideia é ter trilhas, por exemplo. Como a área de Taquarinhas é bastante extensa, faremos agora uma pesquisa de campo, pelo Brasil e pelo mundo, em parques ambientais, para avaliar outros projetos que também podem ser incorporados – disse o empresário.
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Gracher já vinha buscando uma área de Mata Atlântica para o projeto do Parque das Aves. Há poucos meses, tentou arrematar os terrenos da antiga pedreira Sotepa, no entorno do Morro do Boi – mas outro lance venceu o leilão.
– A cidade comporta esse tipo de atração, um parque integrado à natureza. Hoje, com o avanço da contrução civil, são pouquíssimas as áreas disponíveis para isso – avalia Gracher.
A Biopark Gestão Sustentável é um empresa recente, formalizada em outubro. Segundo os dados cadastrais, atua em reservas ecológicas e parques temáticos. A empresa é uma sociedade entre Marcos Gracher, que tem investimentos no setor imobiliário e é proprietário de uma rede de academias em Balneário Camboriú e região, e a MG Gestao de Negócios, que também tem Gracher como sócio administrador.
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Os lotes de Taquarinhas somam quase 600 mil metros quadrados, com restrição construtiva e boa parte em área de preservação permanente (APP). Essas características fizeram com que o preço dos terrenos reduzisse significativamente. Avaliados inicialmente em R$ 230 milhões, na primeira tentativa de leilão, em 2019, foram vendidos por R$ 31,5 milhões.
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Os seis terrenos pertenciam à construtora Thá, de Curitiba, que planejava instalar um resort no local – projeto que foi inviabilizado pelas restrições construtivas em Taquarinhas. Os lotes acabaram com a Caixa Econômica Federal como garantia de um empréstimo milionário, e foram incorporados ao patrimônio do banco em um processo de alienação fiduciária.
A propriedade é sobre os terrenos da orla – a faixa de areia é de domínio público.
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O Estado de Santa Catarina e o município de Balneário Camboriú requisitavam à Caixa a cessão dos terrenos para instalação de um parque ambiental. Um decreto da prefeitura estabelece que a área é de interesse público.
Em nota, a Biopark Gestão Sustentável Ltda informou que esta ciente de que se trata de uma área de preservação – “e esse foi o principal motivador da aquisição, pois iremos tratá-la como tal”.
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Veja o comunicado:“
Biopark Gestão Sustentável Ltda., estabelecida em Balneário Camboriú, atuante em jardins botânicos, zoológicos, parques nacionais, reservas ecológicas e áreas de proteção ambiental, dentre outras atividades culturais e de meio ambiente, confirma que arrematou em leilão, promovido pela Caixa Econômica Federal, cerca de 600.000 m2 de terrenos na Praia de Taquarinhas, com o propósito de implementar um grande parque de preservação, com visitação controlada de turistas”.
A empresa tem plena consciência de que o local é uma área de preservação e esse foi o principal motivador da aquisição, pois iremos tratá-la como tal.
Em breve convidaremos para uma coletiva de imprensa, onde serão apresentados maiores detalhes do futuro empreendimento turístico-ambiental.