O presidente Lula (PT) disse em Itajaí que o governo não vai reduzir o volume de investimentos, mas não abrirá mão da responsabilidade fiscal. A afirmação foi feita à coluna com exclusividade após o lançamento da primeira fragata do Programa Tamandaré, e pouco antes da comitiva embarcar de volta a Brasília, nesta sexta-feira (9) à tarde.
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– (O volume de investimentos) Continua. Obviamente precisamos ter noção de que não podemos empenhar aquilo que a gente não tem. Não vamos abrir mão da responsabilidade fiscal, ou seja, a gente vai gastar aquilo que pode, e se for o caso vamos discutir como encontrar recursos, incentivar a participação da iniciativa privada para atender não o governo, mas para atender uma demanda necessária para o Brasil do século 21.
A coluna questionou sobre o futuro os repasses para Santa Catarina, que foram ampliados em setores como infraestrutura. Lula vem sendo pressionado para reduzir o volume de gastos diante da pressão fiscal. Em julho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um corte de R$ 15 bilhões no orçamento de 2024 para atender a meta fiscal. Na reunião ministerial de quinta-feira (8), Haddad defendeu o corte de despesas.
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– A cobrança não é para reduzir gastos porque não vejo isso como gasto, vejo como investimento. Eu vim inaugurar uma obra (Contorno Viário) que começou comigo em 2008, e que por vários problemas ficou paralisada. Era para ser inaugurada em 2012, depois fizeram o impeachment da Dilma, e no governo Temer e no governo Bolsonaro a obra quase não andou.
“Tempo para namorar”
Lula ressaltou que, embora a obra tenha sido tocada pela Arteris Litoral Sul, concessionária do trecho Norte da BR-101, houve financiamento do BNDES no Contorno Viário.
– Fiquei feliz porque vai desafogar o tráfego e deixar Florianópolis e as cidades vizinhas mais tranquilas. As pessoas vão chegar em casa mais cedo, vão ter tempo de namorar mais, de cuidar dos filhos. No Brasil está cheio de obras que estou inaugurando que eu comecei. Me parece que depois do impeachment da Dilma o Brasil não teve governos – cutucou.
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A coluna também perguntou ao presidente se ele foi surpreendido pela ausência do governador Jorginho Mello (PL) nas agendas oficiais em SC. Lula adotou um tom mais ameno do que usou no cerimonial do Contorno Viário, em que fez críticas diretas a Jorginho – o que provocou resposta do governador pelas redes sociais.
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– Não surpreendeu (a ausência de Jorginho) porque eu tenho convidado todos os governadores em todos os atos que vou. Convidamos governadores, prefeitos, parlamentares. Vai quem quer. Ele (Jorginho) está num encontro de segurança pública com o meu ministro Lewandowski no Espírito Santo, a vice-governadora estava presente, e eu fiquei muito feliz de ter voltado a SC inaugurado uma obra que eu comecei.