Um estaleiro que constrói embarcações de luxo na Grande Florianópolis “decorou” a área interna da empresa com material de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL). A propaganda eleitoral nas dependências de empresas é proibida pelo TSE, e pode render multa de até R$ 25 mil para o empregador por assédio eleitoral.

Continua depois da publicidade

Em site especial, confira tudo sobre as Eleições 2022

Além da propaganda pendurada nas paredes, um dos proprietários teria constrangido verbalmente os funcionários a votar em Bolsonaro antes do primeiro turno. O site Jornalistas Livres transcreveu trechos de uma reunião gravada, que apontam que ele falou em risco de demissões caso o ex-presidente Lula (PT) vença as eleições, e também pediu abertamente voto para Jorge Seif (PL), que se elegeu senador em SC.

“Cada voto de vocês vai ser importante, nunca pedi votos de vocês, mas hoje me sinto na obrigação. Me sinto na obrigação porque eu sei o momento complicado que está, os empregados estão com medo (…) Então, o que eu peço para vocês, é que vocês pensam bem quando votar (sic). Vocês, a sua esposa, todo mundo, pelo bem desse país. Cada um vai votar na pessoa que quiser, mas eu gostaria muito que vocês votassem para Bolsonaro, eu tenho mais um amigo meu, que é o Jorge Seif”, diz a transcrição.

A coluna entrou em contato com o responsável pelo marketing da empresa, que informou que o estaleiro não vai se manifestar sobre as denúncias de assédio eleitoral – mas registrou que os cartazes foram retirados da área de trabalho.

Continua depois da publicidade

Santa Catarina já registrou 39 denúncias de assédio e coação eleitoral nestas eleições, no setor público e privado. Os casos estão sob investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT). O grande número de denúncias tem preocupado os órgãos responsáveis no Estado. A região Sul é que a concentra o maior número de denúncias de assédio eleitoral no país.

Saiba tudo sobre as eleições 2022