Um vídeo que mostra a chanceler Angela Merkel implorando ao parlamento alemão que aprove medidas restritivas para evitar a transmissão da Covid-19 durante o período de festas tocou muita gente nos últimos dias. Não apenas pelo tom, que foge da habitual austeridade de Merkel, mas pelo teor humano da mensagem.
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> Santa Catarina tem que perder a vergonha de enquadrar os negacionistas
Em um dos trechos que viralizaram, a chanceler diz que é inaceitável pagar o preço de mais de 500 mortes por dia na Alemanha. Ela tem razão.
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Santa Catarina atravessa o período mais grave desde o início da pandemia, com um alto índice de transmissibilidade e pressão sobre o sistema de saúde. Mais de 4 mil catarinenses já perderam a batalha contra o vírus. Apesar disso, não há mobilização suficiente, nem da política, nem da sociedade, para conter o avanço da doença.
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Moisés diz que SC poderá ter plano B com Coronavac e vacina italiana
O governo Carlos Moises (PSL) segue sob os efeitos de uma crise de legitimidade, que o retrai no momento mais importante. Uma crise que começou com a denúncia envolvendo a compra dos respiradores, e se estendeu ao longo do desgastante processo de impeachment na Alesc.
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De volta ao comando, o governador fez alerta sobre os cuidado e deu sinais de que quer segurar as rédeas do combate à pandemia novamente. Mas as medidas de enfrentamento são tímidas.
O fato é que o descrédito de liderança prejudica as mensagens que chegam aos catarinenses. Um contexto agravado pela falta de articulação nacional no combate à pandemia e pelos recados conflitantes – e muitas vezes, negacionistas – que foram enviados por Brasília à população.
O agravamento da pandemia em Santa Catarina está diretamente ligado à nossa crise institucional, e as duas batalhas devem ser enfrentadas juntas. Pelo bem dos catarinenses, é hora das instituições se unirem e trazerem a mesma mensagem. Governo, Legislativo, Judiciário e entidades representativas da sociedade civil têm o mesmo peso de responsabilidade em conscientizar e alertar para a gravidade da situação que o Estado enfrenta.
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Como afirmou Angela Merkel, se o preço que estamos pagando é a perda de vidas, esse é um custo inaceitável. Alguém precisa dizer isso.
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