A escritora e advogada Saíle Barbara Barreto foi condenada pela Justiça de SC a indenizar em R$ 50 mil, por danos morais, um juiz catarinense que a acusou de ter se inspirado nele para criar o vilão de um livro de ficção. A obra narra histórias do “TJ de Santa Ignorância”, e o pivô da polêmica é o personagem Floribaldo Mussolini. A decisão é da última quarta-feira (1), e ainda cabe recurso.
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O livro em questão é “Causos da Comarca de São Barnabé”, publicado em 2021 e definido como uma sátira ficcional do judiciário da “República Federativa de Bananalândia”. O juiz que moveu a ação contra Saíle não é citado na obra.
A decisão, da 8ª Vara Cível de Florianópolis, determina que a autora se abstenha de qualquer publicação nas redes sociais “com conteúdo difamatório, calunioso ou ultrajante” contra o juiz, sob pena de multa diária de R$ 500, e de postagens que façam referência ao nome dele ou do personagem.
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A defesa de Saíle convocou escritores e especialistas em literatura para depor em seu favor. Entre eles estava Ricardo Lísias, processado pelo ex-deputado federal Eduardo Cunha pela obra de ficção “Diário da cadeia”. A advogada que defende a escritora, Deborah Sztajnberg, pretende recorrer da decisão da Justiça catarinense.
O processo fez com que Saíle deixasse Santa Catarina para viver em Porto Alegre. Ela disse à coluna que teve prejuízos financeiros, pessoais e profissionais decorrentes da ação.
– Tive que me mudar, vendi meu apartamento, gastei minhas economias e hoje faço acompanhamento com psiquiatra, tomo remédios para depressão. Precisei recomeçar minha carreira do zero, (o processo) acabou com 19 anos de carreira que eu tinha em Florianópolis, e é ele (o juiz) quem será inidenizado.
A coluna procurou o Tribunal de Justiça de Santa Catarina para ouvir o magistrado, mas ele ainda não se manifestou.
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