Um despacho do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre um pedido de habeas corpus para um empresário, pivô da Operação Mensageiro, ajuda a entender até onde a polícia e o Ministério Público já chegaram nas investigações do “escândalo do lixo” em Santa Catarina. Uma das revelações feitas pelo documento é que a apuração conta com imagens da entrega de dinheiro a prefeitos.
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“Há diversas imagens de encontro do investigado com agentes públicos, extrações de dados de encontros e contatos, filmagem de maços de dinheiro em frente à casa de um prefeito” relata trecho do pedido de prisão, determinado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina e citado pela ministra do STJ, Laurita Vaz.
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As investigações correm em sigilo, e até agora poucas informações vazaram. Mas sabe-se que ele é considerado “o mensageiro”, que dá nome à operação. Para o Gaeco e o Grupo Anticorrupção do MPSC (Geac), ele seria o responsável por intermediar as negociações obscuras em contratos de serviços de coleta e descarte de lixo em diversas cidades no Estado, para o Grupo Serrana.
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Trecho do despacho de prisão indica que a operação, que já levou sete prefeitos de Santa Catarina à prisão, ainda pode ter novos desdobramentos, falando em “dezenas” de pessoas. O texto diz que o empresário seria o “principal responsável pela entrega de propina para dezenas de agentes públicos”.
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Por fim, afirma que o preso “demonstra elevada infiltração e conhecimento no mundo da criminalidade, ao ponto de ter parado de utilizar o veiculo que estava sendo monitorado, bem como alterar constantemente suas linhas telefônicas”. Esta foi a justificativa para o mandado de prisão no TJSC.
O empresário está preso desde dezembro, e seus pedidos de habeas corpus foram negados até agora em Brasília.
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Conforme a coluna de Anderson Silva, os movimentos dele foram acompanhados pelo MPSC por um ano e meio. Foi por meio desse monitoramento que a investigação avançou sobre os prefeitos. O empresário deixou o Grupo Serrana em 2013, mas teria seguido com a responsabilidade de fazer o pagamento de propinas.
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Procurado pela coluna, o advogado responsável pela defesa, disse que o processo está em “sigilo máximo”, e por isso não pode comentar os fatos.
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