A política catarinense ganhou as páginas dos principais jornais do país nas últimas semanas, graças ao processo de impeachment do governador Carlos Moisés e ao paralelo com o caso do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. O súbito interesse revelou uma daquelas verdades inconvenientes: quando se fala em política e seus absurdos, isso aqui também é um pedacinho de Brasil, iáiá.

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Nas páginas de publicações como Veja e O Globo, a carreira política a jato de Moisés, seu ego e seus erros, dividem espaço com os detalhes sobre os esqueletos no armário do presidente da Alesc, Julio Garcia. Os paralelos com a situação de Witzel, e com a pitoresca política do Rio de Janeiro, são inevitáveis.

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Embora tenham personalidades e estilos de governo muito diferentes, há semelhanças na maneira como os dois governadores ascenderam, e descobriram muito rápido que havia limite. Assim como o governador afastado no Rio, Moisés é um outsider que entrou na política na onda 17 e, em determinado momento, achou que tinha pernas para caminhar sozinho. Descobriu, demasiado tarde, que não tinha.

Por motivos diferentes, ambos foram expostos a processos de impeachment por um Legislativo onde não fizeram questão de encontrar eco.

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O fato é que o caso Witzel aguçou ainda mais a curiosidade da imprensa nacional sobre o impeachment de Moisés. E a história ficou eletrizante com o timing do Ministério Público Federal, que denunciou Julio Garcia – o sucessor natural – por suspeita de lavagem de dinheiro em meio à reta final do processo de impedimento do governador. Um mar de lama que deixou Santa Catarina com cara de sucursal do Rio de Janeiro.

Talvez esse solavanco sirva, de forma saudável, para provar que estamos todos no mesmo barco. Queiramos ou não os catarinenses, o enredo do governador incompetente, sob um processo de impeachment conduzido por um político que está nas mãos da Justiça, é genuinamente brasileiro.

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