A empresa Audiency Brasil Tecnologia, de Florianópolis, citada pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, como contratada pela campanha de Jair Bolsonaro (PL) para identificar um suposto boicote das rádios do Nordeste à propaganda eleitoral do presidente, não seria especialista em auditoria, de acordo com seus dados cadastrais
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Mas, durante a tarde desta terça-feira, a coluna apurou que a empresa atua em monitoramento de veiculação de spots de rádio para terceiros em Santa Catarina. Ela possui contratos com entidades como a Associação Catarinense de Rádio e Televisão (Acaert) e recentemente, venceu uma licitação para monitorar a veiculação de spots da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
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De acordo com o contrato, a Audiency Brasil Tecnologia entrega semanalmente um relatório de veiculação à comunicação da Alesc. Seria este mesmo modelo de prestação de serviço que teria sido oferecido à campanha de Bolsonaro.
Sites como Cadastro Empresa e Informe Cadastral dizem que a empresa, localizada na Avenida Rio Branco, no Centro da Capital, tem como atividade o “desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis”.
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O sócio-administrador da Audiency é Anacleto Angelo Ortigara, diretor de Administração e Finanças do Sebrae em Santa Catarina e professor da Unoesc. Segundo o Cadastro Empresa, o quadro societário inclui ainda Alan Kercher e Fabio Seering Maus.
O site da empresa, e sua página nas redes sociais, mostram atividades como o ranqueamento de músicas e artistas em rádios brasileiras.
24 horas
O levantamento entregue pela campanha de Bolsonaro foi rejeitado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite de segunda-feira. O ministro Alexandre de Moraes deu prazo de 24 horas para que que sejam apresentadas provas de que emissoras de rádio deixaram de reproduzir a propaganda eleitoral do presidente.
O presidente do TSE disse que a acusação é grave e que abrirá uma investigação contra Bolsonaro se a suposta fraude não passar de uma tentativa de “tumultuar o pleito eleitoral”.
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