O governador Jorginho Mello (PL) recepcionou Jair Bolsonaro e Michelle na Casa D´Agronômica, circulou ao lado do ex-presidente e renovou o carimbo bolsonarista no fim de semana. Mas exagerou na dose ao levar Bolsonaro para uma “visita surpresa” ao Comando da Polícia Militar em Santa Catarina.

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Sem cargo público e inelegível, alçado ao papel de “cabo eleitoral de luxo” do PL, o ex-capitão foi recebido com honras e continência dos coronéis da PM, numa mistura pouco republicana entre a política e a caserna. Órgão de Estado, e não de governo, a Polícia Militar precisa ser despolitizada pelo bem da democracia, como manda a lei.

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Jorginho não foi o único a extrapolar limites. Recém-filiado ao PSD, Clesio Salvaro, prefeito de Criciúma, levou nesta segunda-feira (31) o filho “zero-quatro” de Bolsonaro, Jair Renan, para cantar o hino nacional numa escola municipal, numa clara politização indevida do ambiente escolar.

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É natural e legítimo que políticos de SC surfem no bolsonarismo, de olho nas eleições municipais de 2024 e na popularidade que Bolsonaro continua tendo no Estado. Mas um dos princípios basilares da administração pública é a impessoalidade, que impõe limites entre a atuação político-partidária e a gestão.

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