Santa Catarina tem quatro representantes no grupo de transição do governo Lula-Alckmin, se considerarmos também a blumenauense Ana Moser, estrela do vôlei. Na última semana, foi incluída Eunice Kerexú, liderança indígena Guarani, que atuará no grupo temático que discute os povos originários, e dois quadros históricos do PT, o deputado federal Pedro Uczai e o ex-ministro da Pesca, Altamir Gregolim.
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A escolha dos dois, para integrar os grupos temáticos de Desenvolvimento Agrário e Pesca, indica também quais são as áreas estratégicas em que Santa Catarina tende a estar mais próxima do governo federal a partir do ano que vem. É onde o Estado terá espaço para opinar no governo Lula.
O desenvolvimento agrário está ligado à agricultura familiar, à produção agroecológica, e a outros temas que não se relacionam diretamente com o agronegócio. É uma discussão que converge com Santa Catarina, onde a produção agrícola é essencialmente de pequenas propriedades.
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Pedro Uczai conhece bem o tema, e há anos participa do Núcleo Agrário – um grupo de parlamentares ligados ao campo, que se reúnem semanalmente em Brasília. É um dos fóruns de discussão mais antigos entre os parlamentares, com quase 30 anos de atividade. O deputado foi escolhido para coordenar o grupo, o que aumenta as chances de um lugar de liderança no governo – embora, nos bastidores, a possibilidade de deixar a atuação no Congresso para assumir um Ministério seja vista como remota.
A pesca, tradicionalmente, tem sido reduto catarinense no governo federal – e o privilégio faz sentido, uma vez que SC possui a maior fatia da pesca comercial no país. Criado no primeiro governo Lula, o ministério teve três titulares de SC nos governos petistas – José Fritsh, Ideli Salvatti, e o próprio Altemir Gregolim. Lula pretende recriar a pasta, e a possibilidade de que ela volte ao comando de um catarinense não é descartada.
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Aliás, a expectativa é que uma boa parte dos nomeados para o primeiro escalão do futuro governo saia das equipes de transição. O que significa que nos grupos temáticos estão alguns dos futuros ministros.
A expectativa de uma vaga para SC no ministério, no entanto, depende de outras articulações. Lula tem dito que este não será um governo “do PT”, porque passará pela consolidação das alianças. A mesma frente ampla que o levou a vencer as eleições deverá estar representada no governo.
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