As candidaturas bolsonaristas e lulistas ao Governo do Estado passam pela coincidência de terem dois postulantes de cada lado, carregando siglas que estão na mesma composição nacional – mas enfrentam cenários opostos quando o assunto é o clima entre os concorrentes. Na turma de Bolsonaro, que nacionalmente congrega PL e PP, além do Republicanos, Jorginho Mello (PL) e Esperidião Amin (PP) seguem com projetos distintos, mas ambos topariam um casamento de conveniência.

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Jorginho já flertou com a ideia de ter Angela Amin como vice – proposta que ela recusou, mas que nunca abandonou em definitivo a cartela de possibilidades do senador. Esperidião Amin, por sua vez, repete a tese da união de esforços. Internamente, o PP gostaria de trazer o filho de Jorginho, o advogado Felipe Mello, como vice de Amin.

Nem um lado, nem o outro, sinaliza que irá ceder. Jorginho apostou todas as fichas nesta eleição que disputará na raia bolsonarista, e Amin coloca na conta a unidade do PP – sem sua candidatura, uma boa parte dos prefeitos do partido vai apoiar Moisés. Mesmo sem acordo em vista, pelo menos por em quanto, os dois senadores têm se reunido com relativa frequência para discutir os projetos e divulgam fotos dos encontros, em tom amistoso.

O clima na frente ampla de centro-esquerda, de onde sairá o palanque de Lula, é menos amigável. A parceria entre PT e PSB em âmbito nacional, que resultou na dobradinha entre Lula e Geraldo Alckmin, tem esbarrado na dificuldade de ajustar uma candidatura única ao governo. O PT não abrirá mão de ter Décio Lima à frente do projeto, e o PSB não desistirá de Dário Berger.

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Entre Décio e Dário não têm havido encontros públicos e os dois há tempos não dividem a mesma foto. Com oito partidos – uma composição inédita – a centro-esquerda enfrenta o desafio de ajustar os interesses sob o mesmo projeto.

Se à direita há duas candidaturas separadas ensaiando uma união, na esquerda há duas candidaturas que já estão unidas na mesma frente, ensaiando um racha.