As eleições nos Estados Unidos deixam uma série de recados a serem lidos pela política brasileira, e antecipam tendências prováveis para 2026. Eleito com a garantia de reconstrução e de união nacional, Joe Biden não penas deixou de cumprir essas promessas, mas sairá do governo mal avaliado, sem conseguir eleger sua vice e sucessora.
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As questões econômicas foram uma pedra no sapato dos democratas. Embora os números oficiais sejam positivos, a inflação, especialmente no preço dos alimentos, deixou no ar um clima de insatisfação que amplificou o discurso de Donald Trump. Não é um fenômeno localizado.
Analistas da política global têm observado uma tendência antigovernista ao redor do mundo. Os incumbentes, donos de um canhão de visibilidade e da máquina do Estado, não têm conseguido a reeleição. É uma reação a um período de instabilidade, de mudança na conjuntura global, de incertezas quanto à crise climática. As pessoas estão insatisfeitas, e isso reduz as chances de manter o grupo político que está no poder.
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Esta deverá ser uma questão-chave para as eleições brasileiras em 2026. O presidente Lula (PT) tende a concorrer à reeleição. Mas o cenário é bastante incerto. O governo tem bons indicadores econômicos, mas patina na percepção do eleitorado e no índice oscilante de aprovação. Está pressionado pelo corte de gastos. E também falhou, até agora, na promessa de reunificar os brasileiros divididos pela política.
A paisagem que saiu das eleições municipais indica, neste momento, uma tendência do eleitorado ao centro – que pode ou não se repetir nas eleições nacionais, mas tende a aumentar o fôlego de uma eventual candidatura alternativa e, por isso, torna mais cara a manutenção da frente ampla que elegeu Lula em 2022.
Há ainda o fator Bolsonaro. A vitória trumpista foi classificada pelo ex-presidente como um “passo importantíssimo” para seu retorno ao Palácio do Planalto. O Supremo sinalizou que a Justiça brasileira não será impactada por pressões externas. Mas já dá como certo que elas virão.
Em SC, as principais lideranças do bolsonarismo comemoraram a vitória de Trump. A expectativa do campo bolsonarista é que o retorno do bilionário à Casa Branca traga um novo fôlego capaz de reverter a inelegibilidade de Bolsonaro e de provocar uma nova onda conservadora.
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