O resultado das eleições 2024 traz um alerta para a esquerda em Santa Catarina,  especialmente para o Partido dos Trabalhadores. O PT reduziu de 11 para 7 prefeitos eleitos no Estado, em comparação com as eleições de 2020 – e não conseguiu repetir, nem de longe, a votação de Lula no segundo turno de 2022.

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Entre as grandes cidades de Santa Catarina onde o PT disputou prefeituras, o resultado ficou abaixo das expectativas. Em Chapecó, Pedro Uczai (PT) fez 17.755 votos, menos da metade dos 48.271 de Lula em 2022.

Em Blumenau, Ana Paula Lima (PT) teve 29.071 votos. Lula fez 52.292 o segundo turno. Em Joinville, Carlito Mers (PT) fez 23.278 votos, contra os mais de 81 mil votos de Lula.

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Apesar de alguns destaques pontuais, como o bom resultado de Marquito (PSOL) em Florianópolis, chegando em segundo lugar (mesmo com a esquerda dividida na Capital), e o crescimento de vereadores com grande capital político, como Giovana Mondardo (PcdoB), que foi a mais votada na conservadora Criciúma, e Eduardo Zanatta (PT), que ficou entre os mais votados em Balneário Camboriú, de forma geral o desempenho da esquerda ficou aquém do esperado.

Há que se considerar, nesta análise, que o cenário é muito diferente das eleições municipais de 2016 e 2020, quando o desgaste com o processo de impeachment de Dilma Roussef e da operação Lava Jato, com a prisão de Lula, estava mais vivo para o eleitor. Em 2024, o PT foi para a urna tendo como cabo eleitoral o presidente da República.

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O PT apostou em candidaturas em cidades-chave e pulverização de candidatos a vereador de olho em 2026, pensando em ampliar a base de esquerda. A proposta era colocar o partido na vitrine. Mas fez só 18 vereadores a mais do que em 2020.

De forma geral, a esquerda sai destas eleições em SC com diagnóstico de derretimento. Perdeu espaço mesmo nos locais onde historicamente dialogou com pautas “raiz”, como a agricultura familiar, e não conseguiu avançar suficientemente em outros campos. Algumas frentes abraçadas pela militância, como a generalização do catarinense como um povo “fascista” soaram antipáticas para o eleitorado e cobraram o preço.

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Será necessária uma correção de rota se a esquerda quiser voltar a ter uma posição relevante no Estado.