O defensor público Ralf Zimmer Junior, autor de pedido de impeachment contra o governador, Carlos Moisés, e a vice, Daniela Reinerh, que está tramitando na Assembleia Legislativa (Alesc), usou as redes sociais para dizer que é contra uma eleição indireta para a escolha de um novo governador – o que, em tese, ocorreria caso o processo se estendesse até o ano que vem, e Moisés e Daniela fossem de fato impedidos.
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A afirmação foi feita por Zimmer ao comentar a decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) sobre o rito do impeachment, levada por Moisés ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Eleição indireta será golpe, e eu não compactuo com golpe, ou tem impedimento este ano, ou não tem mais”, escreveu.
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À coluna, nesta quinta-feira (27), Zimmer voltou a afirmar que é contrário à hipótese de eleição indireta. Ele disse, no entanto, acreditar que a Alesc tem tempo suficiente para dar conta do processo ainda em 2020. Pelos cálculos do autor do pedido de impeachment, há condições de concluir o processo até o fim do ano.
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Ele diz que, nesse caso, na hipótese de impedimento quem assumir temporariamente o posto de governador – o presidente da Alesc ou, caso ele decline, o presidente do TJSC – teria 180 dias para convocar novas eleições diretas. Ou seja, para que os catarinenses voltassem às urnas.
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Narrativa
Não é apenas a possibilidade de “manobra” na Alesc que é alvo de críticas do defensor público. Ele também falou sobre a maneira como o caso tem sido conduzido judicialmente pelo governo.
Zimmer disse à coluna que a defesa do governador está “exagerando” com pedidos de suspensão do processo, que podem atrasar o rito, e citou como o exemplo o processo movido pela líder do governo, deputada Paulinha (PDT), para exigir representação na comissão que vai analisar o impeachment. Ele defende que o correto seria pedir retificações, e não suspensões de processo, como tem sido feito.
– Entendo que há prazo suficiente para fazer uma boa defesa e um julgamento justo. Se entenderem que tem alguma irregularidade, aqui ou acolá, tem que primeiro pedir para arrumar do que para suspender. Eles (governo) estão se colocando numa situação de se colocar (o impeachment) para o ano que vem para ter essa narrativa – avalia.
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O autor do impeachment também critica a tese, que corre nos bastidores, de que a vice-governadora poderia ser poupada – e assumir o governo. O processo também inclui o secretário de Estado de Administração, Jorge Tasca.
– Ou os três impichados, ou nenhum, porque é politicagem. Tirar um, ou dois, para descarregar (o impeachment) no outro é caça às bruxas, e também não compactuo – afirmou.
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