O projeto de lei da Universidade Gratuita, anunciado como grande aposta do governo, começou a tramitar oficialmente na última semana depois de mais de 20 dias parado na Assembleia Legislativa. O motivo mais evidente para o “congelamento” de três semanas foram as polêmicas e a falta de entendimento sobre o texto, que colocou em pé de guerra público e notório universidades privadas e comunitárias. Mas não é o único.

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Nos bastidores, tem chamado atenção o aparente pouco esforço da base do governo em acelerar a tramitação da proposta, que foi prometida pelo governador Jorginho Mello (PL) para ser implementada no segundo semestre. Deputados que não integram a base relataram à coluna que, até agora, não foram chamados para dialogar sobre o projeto pela articulação do governo – muito embora o lobby das universidades tenha corrido solto pelos gabinetes. O assunto Universidade Gratuita também foi deixado de lado em reuniões entre membros do governo e parlamentares ao longo das últimas semanas.

Alesc destrava projeto Universidade Gratuita

Para fontes da Alesc, a falta de esforço indica uma percepção, dentro do próprio governo, de que o projeto se tornou uma gigantesca bola de neve com insatisfeitos de todos os lados, questionado previamente pelo Tribunal de Contas, e com uma previsão de custo bilionária que pressionará futuramente o orçamento da Educação.

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Alesc vai acelerar Universidade Gratuita com análise conjunta nas comissões

O que explica a demora para o Universidade Gratuita ser analisado na Alesc

Ainda que tenha feito do projeto um de seus motes de campanha, o fato é que o governador não foi eleito pela promessa da Universidade Gratuita, mas pela nova onda bolsonarista de Santa Catarina, que lhe rendeu uma votação expressiva.

Diante dos impasses e da complexidade que envolvem o projeto, seria prudente recuar da urgência e ampliar a discussão, levando a pauta para audiências públicas pelas diferentes regiões do Estado e promovendo pesquisas de mercado para entender quais são as áreas mais carentes de formação profissional, que merecem investimento público prioritário – vale lembrar que uma das contrapartidas do projeto é que os alunos prestem serviço público temporariamente depois de formados.

A pressa não é boa conselheira, especialmente quando se trata de injetar recursos em uma área tão específica da Educação.

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