A empresa de comércio exterior World Brands, de Itajaí, ganhou o noticiário nacional após vir à tona a informação de que negociou doses de Coronavac com o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, por um preço três vezes maior do que o governo pagou pelas vacinas produzidas pelo Instituto Butantan. O negócio não vingou – mas expôs, mais uma vez, suposta preferência do Ministério por tratar com intermediários, enquanto deixava os laboratórios que produziam as vacinas aguardando respostas.
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Neste sábado, repercute a informação de que um dos donos da World Brands, Jaime Tomaselli, já foi condenado pela Justiça Federal por fraude em importação em 2014. O Tribunal Regional Federal (TRF-4) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmaram a condenação. De acordo com os registros do processo, o empresário ainda paga regularmente prestações pecuniárias à Justiça.
Empresa de Itajaí negociou vacinas com Pazuello pelo triplo do preço, diz jornal
Tomaselli foi condenado junto com outras duas pessoas por ter deixado de prestar informações corretas na declaração de importação de um carregamento de carrinhos de controle remoto, embalagens e lâmpadas fluorescentes, segundo o processo na Justiça. O nome da real importadora teria sido substituído por outra empresa.
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A pena do empresário foi estabelecida em um ano, seis meses e 20 dias de prisão, substituídas por 560 horas de prestação de serviços comunitários, pagamento de R$ 54 mil e mais R$ 27 mil em dias-multa.
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A coluna tenta contato com Tomaselli desde sexta-feira (16), sem sucesso. Neste sábado, também procuramos os advogados Marlon Novais e Marcelo Moreira, que o representaram na ação judicial. Eles não foram localizados.
A condenação do empresário não impede que ele atue em comércio exterior. No entanto, o fato de a oferta da empresa de Itajaí ter sido recebida pelo Ministério da Saúde, enquanto laboratórios como a Pfizer tinham dificuldade de acesso ao governo, chama atenção.
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O encontro de supostos representantes da World Brands com Pazuello ocorreu no dia 11 de março, três dias antes do ex-ministro deixar o cargo. Em um vídeo gravado durante a reunião, Pazuello diz que o negócio com a empresa estaria praticamente fechado.
“Saímos daqui hoje com o memorando de entendimento já assinado e com o compromisso do ministério de celebrar, no mais curto prazo, o contrato para podermos receber essas 30 milhões de doses no mais curto prazo possível para atender a nossa população”, afirmou.
A compra de vacinas com a World Brands não foi efetivada.
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