Esta terça-feira (17) é um dia importante para o futuro do Porto de Itajaí, quando a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) decidirá se bate o martelo ou não sobre a concessão temporária do terminal – um passo fundamental para que o porto volte a operar. De um lado está uma gestora de ativos de São Paulo, Mada Araújo Asset Management Ltda, que mantém negócios em SC. De outro, a Teconnave, representante de um “vizinho”: a Portonave, em Navegantes.

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A Antaq fará a análise documental e definirá nesta terça se a Mada Araújo, que apresentou a segunda melhor proposta, conseguiu comprovar a previsão de movimentação de 44 mil TEUs (contêineres de 20 pés) por mês. O resultado pode sair a qualquer momento. Caso a empresa seja desclassificada, a Teconnavi, terceira colocada, é chamada a apresentar a documentação.

A comprovação da proposta de movimentação é um ponto nevrálgico na concorrência na Antaq. A primeira coloca, a catarinense MMS Empreendimentos, ofereceu uma operação recorde, de mis de 60 mil TEUs por mês. Só que a movimentação seria terceirizada. A empresa apresentou uma manifestação de interesse do armador chinês Cosco, mas, na avaliação da Antaq, foi insuficiente para garantir a operação prometida.

Proposta recorde para operar Porto de Itajaí é desclassificada na fase documental

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A Mada Araújo também não opera navios diretamente – o que pode se tornar um impasse na licitação, dependendo da análise da Antaq. Representantes da empresa estiveram no Porto de Itajaí e falaram em uma proposta de parceria de longo prazo, para além dos dois anos de contrato temporário que estão sendo oferecidos pelo governo federal. Significa que a empresa tem interesse na concessão definitiva, que deve ocorrer em 2025.

A segunda colocada diz que já atua há quatro anos na região de Itajaí, possui investidores no setor de infraestrutura e listou uma série de equipamentos já comprados para a operação do porto, além de um investimento bancário aprovado de US$ 700 milhões.

Enchente em SC paralisa portos e navios fazem fila em alto-mar

A favor da Teconnavi pesa o fato de que o grupo pertence a um armador, a gigante suíça MSC, que controla a Portonave – o que traz a garantia de movimentação de navios. Isso faz com que a empresa, terceira colocada no edital, tenha a simpatia de grande parte do setor portuário de Itajaí.

Por outro lado, a Teconnavi não manifestou interesse, até agora, em dar sequência ao projeto após o período de concessão provisória, o que é visto como um ponto de preocupação.

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Na administração do Porto de Itajaí, outro impasse a respeito da concorrência está ligado ao retorno que a movimentação trará ao município, que controla o terminal. Como o edital não prevê valor fixo de outorga, quanto maior a movimentação, mais o porto vai arrecadar – e propostas com menor movimentação de contêineres são vistas com preocupação devido aos custos operacionais, como a manutenção da dragagem do canal de acesso, que consome um valor milionário todo mês.